sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dubai, cidade sem limites! Será?

Dubai, uma cidade pertencente aos Emirados Árabes Unidos, com seus dois milhões de habitantes, arquitetura ousada de caráter futurístico, enormes arranha-céus, largas avenidas, local que até 2007 representava 6% de toda a receita dos emirados, a 44ª cidade melhor cidade financeira e 33ª mais rica do mundo (em termos de paridade de poder de compra), entra para a história mais uma vez. Porém, desta vez, os magnatas do petróleo não apresentaram mais uma obra inimaginável, parece que chegaram a seu limite. A palavra moratória apareceu eu seu vocabulário.

Apesar das grandezas - e quando se trata em investimentos de luxo, com certeza podemos falar em grandeza - a empresa estatal Dubai World, que atua no setor imobiliário, portuário e financeiro, decretou moratória de pelo menos seis meses de seus US$ 59 bilhões de passivos. Uma pergunta fica no ar, será que isto poderá causar um efeito dominó aos bancos, principalmente europeus?

Ao que tudo indica, não. Este parece ser um caso isolado e que apesar de estar vinculado a alguns bancos europeus, nada parece ser tão desesperador como a cifra apresentada. De fato, não é algo a se deixar passar, muito menos algo que passe despercebido pelo mundo, mais o fato é que se trata de um ocorrido que pelo que tudo indica está sendo planejado há algum tempo. Tanto que o anúncio desta renegociação de dívida deixou para ser anunciado no fechamento do mercado de ações regionais e antes do feriado de Eid-al-Ad (no qual serão retomadas as atividades normalmente somente dia 6 de dezembro). Além disso, outras instituições financeiras já se pronunciaram informando suas participações em ativos ligados a empresa em questão. Números estes que pelo apontado nada são de se alarmar ou gerar uma corrida desenfreada a liquidez.

Quanto ao efeito dominó que isto poderia causar, qualquer problema financeiro que envolva Abu Dhabi e o Catar devem ter sua devida atenção. Trata-se de regiões no qual os graus de alavancagem são extremamente elevados. Portanto, não falar em efeito de contágio ou apenas omitir tal fato pode ser negligência de seus autores no futuro.

Uma coisa disso tudo é certa. Seus vizinhos árabes (Emirados Árabes Unidos) não levam o nome Unidos em vão em sua discrição, haverá sim ajuda se precisarem e muito provavelmente isso tudo não passará de apenas um agito na poeira que logo irá baixar e as construções faraônicas voltarão a crescer.


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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ações: Mercado em Expansão


O investimento em ações tem se tornado uma opção cada vez mais rentável no Brasil. Os retornos obtidos superam na maior parte do tempo os de renda fixa. Aproximadamente 40 anos atrás, quando a Bovespa foi fundada, seu índice tinha base de 100 pontos, sendo que hoje ele está próximo dos 67mil. Apesar disso, o investidor comum ainda possui uma participação muito baixa nesse mercado, se comparado aos de países em que a prática é comum há mais tempo. Acredito que isso ocorre por dois motivos: o primeiro é o fato de muitas empresas não possuírem uma política transparente junto ao investidor, no sentido de apresentar regularmente os resultados obtidos, investimentos feitos, compromissos a serem cumpridos; o segundo é a falta de informação sobre o mercado, as formas de se investir, como agir perante as oscilações do mercado.
Atualmente a Bovespa toma algumas medidas para resolver os dois problemas citados acima. Foi criado o Nível 1 e 2 de governança, além do Novo Mercado. O que nada mais é do que a criação de níveis de governança coorporativa, ou seja, quando uma empresa optar por abrir capital em algum deles, estará sujeita a maiores cobranças e obrigações. O Novo Mercado, por exemplo, impõem aos participantes exposições claras e frequentes de seus balanços, além de aumentar a participação dos pequenos acionistas no papel da empresa, com a eliminação das ações preferenciais, entre outras regras encontradas no site da própria Bovespa (http://www.bovespa.com.br/). As grandes empresas que abriram capital recentemente estão aderindo à nova prática, já que ela permite que o pequeno investidor tenha maior confiança nela. Isso porque diminui consideravelmente as possibilidades de fraudes e consequentemente diminui a insegurança na compra do papel.

Porém, o maior obstáculo da Bovespa talvez seja a mudança de hábito do brasileiro quanto ao investimento. No país, não há um hábito das pessoas em poupar, já que existe grande número de impostos a ser pago, além de gastos básicos que muitas vezes não são oferecidos pelo governo, seja em saúde ou educação. O pouco que sobra é gasto em bens supérfluos, como celulares ou cosméticos (mercados em grande expansão). Poucas pessoas escolhem investir parte do salário, e se o fazem, preferem investimentos teoricamente mais seguros, como a poupança. Para mudar essa realidade, a Bovespa criou um programa de visita as escolas e empresas, para mostrar os benefícios do investimento em ações. Outra mudança importante, que só foi possível com o surgimento da internet, foi o Homebroker, que permite o investidor controlar seus investimentos dentro de sua própria casa ou trabalho. Apesar dos novos esforços, o Brasil está muito longe de países como os EUA, onde grande parte das pessoas investe seu dinheiro em renda variável, desde clubes de investimentos até fundos de diversos tipos.

Possivelmente, com o sucesso do Novo Mercado e uma mudança gradual de pensamento, a Bovespa conseguirá se tornar mais forte e consistente. Porém, vale a pena lembrar o pequeno investidor que sempre há um risco nesse tipo de investimento. Para evitar muitos deles é necessário estudar sobre o assunto antes de investir ou, se não tiver tempo, realizá-lo através de alguém capacitado. Na última década surgiram muitas empresas especializadas em cursos de análise técnica e fundamentalista (técnicas mais utilizadas por analistas do ramo) ou até mesmo corretoras que disponibilizam informações sobre essas opções. A própria Bovespa ministra cursos do tipo, com o objetivo de trazer novos interessados para esse tipo de investimento ou mesmo tornar mais gabaritados os já existentes.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Apagão - Problema Estrutural


Na última terça feira, 10 de novembro, ocorreu um dos maiores apagões da história do país. O Governo Federal afirmou hoje, que um curto circuito na Usina de Itaipu (que pode ter sido causado pelas fortes chuvas, raios e a mudanças climáticas) tenha gerado todo o problema. Fato é que 18 estados brasileiros ficaram sem energia, além de parte do Paraguai, o que acarretou em problemas como: dificuldade no abastecimento de água; falta de sinal de internet e celular; prejuízos no comércio devido a falta de máquinas de cartão de crédito ou até mesmo perda de produtos; queima de aparelhos eletrônicos, entre outros. Possivelmente o problema em Itaipu tenha sido algo isolado, como afirma o Governo, porém, não se pode negar que o Brasil possui completa falta de infra estrutura no que se diz respeito à geração e transmissão de energia elétrica.

Há décadas se discute o rumo que a geração de energia deve tomar, principalmente após o Apagão ocorrido no início do século. Esse, que teve natureza completamente distinta, já que foi gerado pelo baixo nível de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas. O fato fez com que houvesse um racionamento no uso da eletricidade, até que os níveis voltassem ao normal. Os dois apagões mostram como o país é dependente da energia hidrelétrica. Teoricamente essa dependência não é ruim, já que o Brasil possui a maior quantidade de recursos hídricos do mundo. O problema está no fato de utilizarmos apenas 25% desse potencial. Por que não se investe mais nisso? Um dos grandes problemas enfrentados pelos projetos atuais, como o do Rio Madeira é a questão ambiental. A construção de usinas hidrelétricas acarreta em alagamentos de grandes áreas que servirão de reservatórios. Isso destrói a fauna e a flora dos locais, além de mudar o fluxo de rios. Para superar esse empecilho, deveria ser feita uma maior aproximação entre governo e ambientalistas, a fim de melhorar os projetos existentes, para que seja possível a construção de novas usinas, mesmo que possuam potencias menores do que os previstos.

Outras alternativas já foram discutidas no debate. O investimento em usinas termoelétricas, nucleares ou até mesmo em energia eólica pode ser uma alternativa para o país. Porém, todas essas esbarram em problemas. As usinas termoelétricas, por exemplo, apesar de possuírem um custo de construção mais baixo que os da hidrelétrica, trazem altos gastos de operação. Outro problema é que esse tipo de usina funciona a partir da queima de combustíveis, principalmente do gás natural. Além de emitir gases poluentes, atualmente há um problema na obtenção do gás. A Bolívia, que era nossa maior fornecedora, nacionalizou as empresas responsáveis por isso e tem restringido a exportação, além de ter aumentado o preço. A Petrobrás não consegue suprir sozinha a demanda, caso haja a ativação das usinas já existentes ou até mesmo a ampliação delas. Somado a isso, o custo para o consumidor desse tipo de energia é muito maior que o anterior.

A energia nuclear é a mais polêmica do debate, já que gera resíduos tóxicos provenientes do urânio (base do funcionamento). No Brasil existem 2 usinas, Angra I e II, além do projeto de construção de Angra III. Na Europa, esse tipo de energia é muito utilizado, devido inclusive à falta do potencial hidráulico, mas no país, Angra II por exemplo, não produz energia suficiente para abastecer nem a cidade do Rio de Janeiro. Existe um alto custo de implementação e geração de energia nuclear, isso encarece o preço passado ao consumidor também. Especialistas apontam o abandono dessa técnica, citando a Europa como exemplo, que só possui um reator em desenvolvimento. Outra alternativa é a energia eólica, que nada mais é que a geração de energia através do movimento de pás pelo vento. O Brasil produz esse material e o exporta inclusive, porém ele é feito para os padrões de ventos do hemisfério norte. Os problemas desse projeto é que ele tem baixa capacidade de geração e o material é de difícil transporte. Porém, já existem projetos mais modernos nesse sentido.

Concluindo, o Brasil precisa investir no aumento da capacidade de geração energética, já que hoje dependemos da quantidade de chuvas para o preenchimento dos reservatórios. Se obtivermos um crescimento econômico somado a falta de chuvas, com certeza haverão outros apagões. Porém, para que isso seja feito são necessários bons projetos, melhor política de relacionamento com ambientalistas e especialistas na área, para que não seja gasto dinheiro desnecessário, como ocorreu na construção de Angra II.

Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo de Luiz Pinguelli, no Scielo:

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Recuperação Judicial


Em 2005 foi aprovada a nova Lei de Recuperação de Empresas (Lei n°11.101). Ela foi aprovada com o objetivo de regular os processos de recuperação e falência de pessoas físicas e jurídicas que exerçam atividade econômica regida pelas leis comerciais. A maior mudança em relação ao que havia antes é o fato de existir a possibilidade de uma empresa se recuperar em momentos de crise. Isso porque, quando um credor ativava a justiça para cobrar a dívida de uma empresa, se a mesma não realizasse o pagamento no prazo estipulado, ela entraria num processo de concordata preventiva. A nova lei permite que o devedor participe de um processo de recuperação extrajudicial antes de declarar sua falência, assim, pode renegociar os prazos e valores antes de ser acionado judicialmente. Após essa tentativa, se o problema não for resolvido, a empresa pode apresentar um plano de recuperação judicial (acompanhado pela justiça). Se aprovado pelo credor, as atividades econômicas podem ser mantidas, nas condições propostas. Assim, a falência só será decretada se alguma cláusula não for cumprida ou o próprio devedor achar necessário.

A primeira empresa conhecida que migrou da concordata para a nova lei foi a Eucatex, uma das maiores produtoras de resina, tintas, telhas de aço, chapas de madeira e, que é comandada pela família Maluf desde 1996. Sua concordata foi pedida em 2003 e incluía uma dívida de 485 milhões. Com a aprovação da Lei 11.101 houve a migração. O plano foi aprovado pelos credores em 2007 e hoje, 2 anos após o prazo ter sido estipulado e todos os pontos da recuperação serem cumpridos, a empresa saiu do processo de recuperação judicial. Durante esse período, grande parte da dívida foi paga e a empresa trabalha normalmente. Inclusive, proporcionou a ampliação de uma das principais fábricas, em Salto, este ano. A notícia gerou grande repercussão no mercado financeiro, sendo que as ações da empresa obtiveram valorização de aproximadamente 12%.

Outra grande empresa que passou pelo processo de RJ é a antiga Varig. Em 2005 ela entrou com o pedido, que foi aprovado pelos credores. Após 4 anos, obteve o mesmo benefício da Eucatex. O que ajudou nesse processo foi uma ação da empresa contra a União referente a um ressarcimento que deveria ocorrer devido a um prejuízo gerado pelo congelamento de tarifas entre os anos 80 e 90. Calcula-se entre 3 e 5 bilhões de reais o montante a receber, sendo que a dívida em 2005 era de cerca de 7 bilhões. Além disso, a mudança do controle da Varig, atual Flex, e o bom comportamento junto aos efeitos visíveis da crise financeira que prejudicou muitas empresas no ano passado, foram determinantes para o fim do processo de RJ.

Os benefícios da nova lei são muitos. Mas o principal talvez seja o fato de as empresas manterem suas atividades. Isso possibilita a manutenção do emprego de milhares de pessoas no país. Além disso, no caso de falência de uma empresa do porte da Eucatex ou da Varig pode levar a um impacto em todo o setor. Uma concentração de mercado poderia ser formada, o que geraria aumento de preços. Além disso, existem outras empresas que prestam serviços para elas, que sofreriam grande impacto também. A chance de tornar a empresa saudável economicamente pode, portanto, evitar crises maiores.

sábado, 7 de novembro de 2009

Etanol, o combustível do futuro! Talvez não.


Parece que o Brasil está, mais uma vez, desistindo de seus programas de energia renovável. Em tentativa anterior, com a baixa dos preços do petróleo, o programa idealizado com a nomenclatura de Proálcool foi deixado de lado na década de 80. Apesar de ter existido uma nova propulsão nos últimos anos, a retomada da utilização do álcool hidratado como combustível alternativo a gasolina (fóssil e derivado do petróleo) parece estar sendo deixada mais uma vez de lado direcionando todos os esforços para o pré-sal.

O Brasil se tornou pioneiro na utilização de combustíveis alternativos e em grande escala do mundo. Atualmente a maior parte da frota oferecida de automóveis, por exemplo, são da categoria FLEX (bi-combustíveis), deixando a critério de seus usuários a escolha na hora do abastecimento. Ainda assim, o que se observa nas revendas de combustível é um usuário dividido na escolha. Muitos ainda não deixaram de abastecer seus automóveis com gasolina, o que gera a grande dúvida: será que este realmente seria um substituto perfeito da gasolina?

Recentemente, parei para discutir sobre formas alternativas de energia e foi então que me deparei com um problema antes não me atentado. O crescimento das frotas no mundo. Imaginemos por exemplo a China e seus milhares de carros que entram em circulação anualmente. Serão que teríamos plantações de cana de açúcar, beterraba, milho, suficientes para suprir a demanda destes usuários sedentos para utilizarem seus veículos movidos a etanol?

Claro, seria um equívoco incorrer no mesmo erro que Malthos e acreditar que a população de automóveis cresce em progressão geométrica enquanto a produção agrícola em progressão aritmética. Mais ainda assim, este não me parece uma forma alternativa em longo prazo, mais sim, um complemento a formas alternativas.

No Brasil, outros programas como o biodiesel foram criados. Ainda que, como o ex-presidente Fernando Henrique discursou na "Conferência de São Paulo", "o biodiesel hoje é alguma coisa arqueológica”. Devemos sim retomar este programa, assim como realizar outros. Talvez o enforque não deva ser dado no fim das cadeias, como tradicionalmente, o Brasil, insiste em fazer com vários outros setores, mais sim no inicio.

Por que não investir em projetos que foquem, por exemplo, na construção de motores alternativos ao de combustão. Ainda que pareça uma idéia maluca, seria interessante termos um novo projeto dominante neste setor. Ou ainda, se este for um investimento custoso, por que não vamos atrás da utilização de gastos energéticos dispendiosos. Já pensaram, por exemplo, em estrada ecologicamente correta?

http://www.yankodesign.com/2009/11/04/welcome-blocks-of-power/

Este é apenas um projeto que me mostraram na internet. Assim, como este existem alguns outros que buscam alternativas energéticas no mundo.

Enfim, resumindo o que tento dizer é não podemos ter plena confiança em que o etanol irá resolver os problemas substituindo os combustíveis fósseis do mundo. Além disso, este poderá ser o caminho errado a se seguir. Talvez, com foco em outras tecnologias possamos melhorar os problemas globais. Porém, este pode ser em curto prazo um grande trunfo da humanidade em seu esforço tanto para a natureza como para as economias. Não podemos deixar de lado este programa, ou o do biodiesel, ou qualquer outro que venha a aparecer em decorrência às descobertas do pré-sal. A idéia de novas fontes energéticas devem sempre ser considerada, e aproveitando a pré disposição natural da qual o Brasil, um país em proporções continentais, possui, devemos explorar ao máximo sua utilização de forma racional e inteligente.


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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Segurança Pública


Resultado de uma pesquisa divulgada recentemente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (Pnud), aponta a violência como o segundo maior problema do país, atrás apenas da educação. Os fatos ocorridos no último mês na cidade do Rio de Janeiro ilustram a situação caótica pela qual o país passa. A guerra entre líderes do tráfico e a intervenção forçada da polícia nos morros, já deixou cerca de 40 mortos em poucos dias e mostrou o poder do crime organizado no local. Atualmente, o mercado de drogas brasileiro movimenta uma quantia incalculável de dinheiro, suficiente para financiar a compra pesada de armamentos e a manutenção dessa organização.

O cenário apresentado nos remete a perguntas relevantes como: os gastos públicos realizados atualmente são suficientes para a melhora desta situação? O quão eficaz são as políticas públicas realizadas em segurança? Que pontos poderiam ser melhorados para que houvesse uma mudança significativa?

Dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que os governos federais e estaduais aumentaram em 13,35% os gastos com segurança em 2008, com relação ao ano anterior. Isso representa uma quantia de 39,52 bilhões de reais. Porém, no mesmo relatório é possível observar que muitos estados obtiveram uma redução em seus gastos com segurança, não tiveram seus índices de criminalidade afetados, como o Distrito Federal ou Piauí. Ou até mesmo o contrário, estados com maior quantia de dinheiro público investido obtiveram aumento nos crimes. A conclusão que pode ser tirada desses dados é que existe o dinheiro bem e o mal aplicado. O Brasil deveria focar uma parcela maior desse dinheiro em inteligência, informação e treinamento. Só assim seria possível aumentar índices, como o de apenas 10% dos crimes investigados no Brasil serem resolvidos.
A falta desse "bom gasto" é evidenciado pelas proporções que a iniciativa privada tem ganhado nesse assunto. Os gastos nacionais com informação e inteligência obtiveram um crescimento de 64,06%, porém, se for analisado apenas o investimento público, houve uma redução de 30,4%. É visível a inversão de papéis que tem ocorrido entre setor público e privado nesse ponto, já que existem cada vez mais firmas de segurança privada, que oferecem serviços de escolta, guardas noturnos, materiais de segurança. Porém, não é apenas isso que deve ser melhorado, e sim, todo o sistema prisional, as leis vigentes sobre crimes em geral e punições adequadas. É preciso realizar um debate para se chegar a melhor forma de mudar essas questões.

O sistema penitenciário brasileiro, por exemplo, gasta em torno de 1,5 mil reais por preso mensalmente. Sendo que nas chamadas prisões de segurança máxima, os números chegam a 4,5 mil. Para piorar, qualquer tipo de criminoso é tratado como igual, obrigando pequenos infratores a conviver com pessoas ligadas ao crime organizado. Talvez fosse necessária a discussão da viabilidade (aumento) de penas alternativas, como trabalhos voluntários para casos menos graves ou até mesmo penas capitais para casos extremos. Além disso, deve ser explicitada a gravidade dos atos. Será que um usuário de drogas, por exemplo, deve ser tratado como um traficante? Mas para resolver definitivamente os altos índices de criminalidade do país, os gastos não devem ser focado em armamento para a polícia ou até mesmo em treinamento, e sim, em políticas públicas que melhorem a educação da população, que dêem oportunidades de trabalho, que tirem as crianças das ruas.