terça-feira, 31 de agosto de 2010

FIEL SUSTENTABILIDADE


Por Caroline Monacci

Qual o papel dos times de futebol dentro da economia do esporte? Seriam maximizadores de receitas? De títulos? De entretenimento? Ou um pouco de tudo? Nos últimos meses, temos visto clubes modificarem suas plataformas de marketing lançando novos produtos ou encerrando parcerias que podem interferir significamente nos seus lucros e conquistas.

O São Paulo Futebol Clube não conta mais com o apoio da Warner Bros para diversificar seu portfólio de produtos e elevar a sua receita, porém assinou um contrato de um mês com a empresa Hypermarcas, patrocinadora do Corinthians, este que vem demonstrando ser um fenômeno em criar produtos.

O clube do Parque São Jorge lançou o TimãoCap, o título de capitalização do time, no qual o torcedor além de concorrer às “boladas” em dinheiro pode ganhar outros prêmios como viagens com a equipe, presença no treinamento e ingressos na área VIP. Para fazer o TimãoCap, que custa R$ 5,00 para o torcedor, o time paulista contou com a participação de algumas empresas, entre elas, o Banco SulAmérica, que através da SULACAP, administra com o intuito de arrecadar recursos para o Corinthians. Eles esperam obter um lucro bruto de R$ 70 milhões, sendo que 50%, ou seja, R$ 35 milhões ficarão para o Timão.

Isto leva a crer que, na economia de mercado, o clube para se manter não tem apenas o papel de maximizador de títulos, mas tem a obrigação de elevar suas receitas e oferecer entretenimento além partida de futebol para seus torcedores. Mas isso não é tão simples assim!

Primeiro, o time precisa entender que o torcedor não é apenas o apaixonado, mas também um consumidor, o qual representa o maior patrimônio que uma equipe pode ter. E é isso que o Corinthians percebeu a ponto de gerar uma fiel sustentabilidade.

Depois de ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, em 2007, o clube alvinegro passou a investir em marketing para entender quem é o torcedor fiel e apaixonado. Isto forneceu uma capacidade de mobilização promocional diferenciada dos demais clubes ao descobrir que o perfil social de seus seguidores é constituído por: 7% classe A, 26,9% na classe B, 41,3% (a maioria) na classe C e as classes D e E representam 24,7%. Ainda, de acordo com o IBOPE/ LANCE (2010), o Corinthians é o segundo clube mais preferido do consumidor de futebol com 13,4%, perdendo apenas para o Flamengo, o qual tem 17,2% de torcedores.

Conhecer o perfil e a preferência dos torcedores representa elementos relevantes para as empresas que investem e pretendem apoiar os times, podendo alavancar cada vez mais os valores da economia do esporte, no caso a do futebol.

Visto isso, para estreitar o relacionamento com todos os agentes da indústria do esporte, o Timão criou uma fonte de relacionamento distinta das demais agremiações. Esta rede compreende as entidades esportivas, torcida, mídia, internet, bancos, patrocinadores, fornecedores, funcionários, a equipe profissional, outras modalidades esportivas e os agentes dos jogadores, fazendo assim, fortalecer ainda mais a marca do clube, o qual atualmente conta com 11 grandes parceiros, como a FOX e a Hypermarcas.

Portanto, na economia capitalista, o time de futebol tem a função de ganhar títulos, mas, acima de tudo ser maximizador de receitas através de múltiplas fontes de entretenimento para seus torcedores/consumidores fiéis. Parabéns Corinthians!...“Teu presente, uma lição”.

Um comentário:

  1. Belo texto. Muito interessante quando somos capazes de perceber economia em situações cotidianas. Futebol não é diferente de tudo aquilo que envolve dinheiro, portanto, está intimamente ligado com conceitos economicos. Parabens pela analise. Abraços

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