sexta-feira, 29 de maio de 2009

O Sistema Bimetálico que vigorou entre 1820 a 1870


Sistema Bimetálico

O sistema bimetálico, que vigorou entre 1820 a 1870, era aquele em que o ouro e a prata estavam em circulação. Os paises que adotaram esse sistema exerciam o papel de conectar os paises que somente usavam o padrão ouro e aqueles que somente usavam o padrão prata.


Esse sistema apresentava algumas fragilidades, pois não era fácil manter essas duas moedas em circulação, uma vez que a pratica de arbitragem era favorecido. Essa pratica consistia na tentativa de enriquecimento através da exploração das taxas de cambio entre os diferentes paises. Isso ocorria, pois o preço de um metal em relação ao outro estava acima da proporção de sua utilização na cunhagem das moedas. Assim os especuladores importavam prata e exportavam ouro, até que todas as moedas de ouro saíssem do país, esse movimento era conhecido como a lei de Greshan: quando se tem duas moedas no país à “ruim” expulsa a “boa”.

Um exemplo dessa pratica era :
Um dado pais matinha a paridade de 1 de ouro para 16 de prata, e em outro pais a paridade era 1 para 15,5, então neste pais trocava-se prata por ouro e depois o especulador vai ate o primeiro pais e troca o ouro por prata, assim tem-se um ganho de 0,5 de prata. No país que tem a paridade de 1 para 15,5 a tendência é então a saída do ouro.


Que foi o que ocorreu na Inglaterra, toda sua prata era exportada, e para tentar impedir isso o país tentou subir o preço da prata e diminuir o preço do ouro, mas não foi suficiente pra impedir a lei de Greshan. Até que ela se viu inundada por ouro, o que junto com a Revolução Industrial, contribuiu para que esta adotasse unicamente o padrão ouro.


Apesar disso, esse sistema se manteve por causa das externalidades em rede, ou seja, um padrão monetário em comum que simplifica no comércio e a tomada de empréstimo no exterior. Dessa forma era inviável alterar esse sistema de uma hora para outra.


E além do mais, esse sistema permaneceu durante os anos 70 e 80 por que era mais fácil de fracionar as moedas para as trocas cotidianas. Antes do advento de maquinas à vapor, não era viável a adoção de um padrão que apenas levasse em circulação moedas de ouro, uma vez que estas tinham um valor muito alto em relação as trocas cotidianas, enquanto as moedas de prata tinham um valor menor. Ademais, esse sistema permitia a negociação tanto em paises que operavam com o ouro como em paises que usavam a prata (ex: India ).

Podemos ainda, citar alguns abalos que contribuíram para a queda desse sistema e a implementação do sistema de padrão unicamente baseado no ouro, como, por exemplo, a revolução industrial, que tirou o obstáculo técnico da utilização de moedas de ouro, e a guerra Franco-Prussiana, que obrigou a França, Itália, Rússia e o Império Austro- Húngaro a suspender a conversibilidade.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

China, EUA, a crise e o resto do mundo


China se industrializou através de altos fluxos de IDEs (Investimentos Diretos Externos) e altíssimos gastos do governo. Beneficiada por um câmbio altamente desvalorizado com relação ao dólar e a praticamente inexistência de leis sobre as propriedades intelectuais e patentes. A transmissão da tecnologia é obrigatória entre as empresas transnacionais e as empresas chinesas. A industria chinesa acresce a números grandiosos, a grande população gera mão de obra barata e mercado consumidor para as empresas que lá se instalam. A exportação fica facilitada devido o fato do câmbio. Os produtos chineses invadem o mundo. A exportação destrói as empresas concorrentes em outros locais, devido o preço baixo. O principal mercado comprador são os EUA. Temos com isso ao olharmos para a industria americana vemos uma forte mudança estrutural. A industria pesada ainda existe, mas hoje em patamares menores. E temos que estas empresas migram principalmente para a China.

Os Estado Unidos é o principal mercado comprador, apoiado em uma política de créditos ao consumo focado no endividamento familiar. Com isso temos um fluxo de dólar EUA à China, e um fluxo de mercadoria China à EUA. Os dólares, por sua vez, serão reinvestidos no mercado financeiro americano, ex: títulos da dívida, ações, fundos entre outras diversas possibilidades. A China cresce a sua produção com o aumento do seu parque industrial. As mercadorias são vendidas e temos um fluxo forte de dólar que faz crescer ainda mais as empresas chinesas. E observamos um endividamento da família americana. A China crescendo trás com ela os paises asiáticos, já que compram produtos secundários, produtos intermediários para composição do produto final, na sua maioria produtos eletrônicos. Aos paises periféricos agro-exportador, como o Brasil, o crescimento da China gera o crescimento das exportações matéria prima, onde o nível de industrialização dos produtos exportados é praticamente inexistente. Há uma tendência a redução do comércio entre os paises Asiático com a China, devido a grande internalização por parte da China, das empresas que vendem produtos secundários. Então o crescimento será menor. Somando a esse fato temos a redução do credito às famílias americanas que já estão altamente endividadas. Temos com isso uma redução do fluxo de mercadoria. Desta forma a redução dos chineses e o do fluxo de dólar. Afetando do crescimento mundial.

A crise atual se dá, devido o “lixo tóxico” do mercado financeiro americano. Que tem como inicio o alto consumo da sociedade americana. As ações referentes aos pacotes de cartão de créditos e hipotecas que perderam o seu valor, já que os consumidores não têm como sanar suas dívidas. Então essas ações que circulavam no mercado financeiro, em enorme quantidade, cerca de 63 trilhões de dólares, devido sua volatilidade, se ve neste período uma intensa desvalorização. Então as seguradoras do mercado financeiro, que asseguram o valor da ação para seus compradores, se vêem endividadas e sem condições de sanar as dividas, já que terão que pagar o valor da ação. Assim como aqueles que emitiram os títulos, já que temos uma queda no mercado imobiliário e as famílias americanas entregam as casas, já que não tem como pagar a hipotecas.

Então observamos o crédito sumir do mercado e a falta de dinheiro no mercado financeiro gera a famosa fuga de capitais para bens mais líquido, ainda intensificado para cobrir os enormes rombos das empresas em seus balanços. A crise passa a ser mundial devido a globalização e a intensa relação comercial EUA – CHINA – Resto do MUNDO. Os mercados financeiros de economias como o Brasil observa o alto fluxo de capital que vai volta para o centro devido às perdas gigantescas.

Hoje as medidas americanas mostram o poder do Estado americano e indo contra os princípios impostos por eles mesmos ao resto do mundo. Medidas liberais que mostram que o Estado pequeno sendo apenas regulador não é realidade. O mercado precisa de um “player”, um apoio constante e só encontra no Estado esse resguardo. A medida mais forte de estatização vista no mundo foi simplesmente o do país mais “liberal” do mundo. Acredito que chegou um excelente momento para repensarmos as formas que tomou a nossa sociedade capitalista. O capitalismo sempre terá seus períodos de crescimento e de recessão, já dizia Keynes. E o Estado deve entrar como atuante nos períodos onde o capitalista perde fôlego, ou seja, nos períodos recessivos.
Autores utilizados:
Keynes, Belluzo e Fiori

terça-feira, 26 de maio de 2009

Comparando as experiências com taxa de câmbio flutuantes que vigoraram entre 1920 a 1925, com o que vigorou a partir de 1935 na maioria dos países.



Durante a primeira metade da década de 20, o regime cambial era de flutuações relativamente limpas (via de regra, os bancos centrais não intervinha no mercado de câmbio), isto porque na primeira Grande Mundial o ouro tornou se um recurso essencial para adquirir no exterior os suprimentos necessários para alimentar a máquina bélica, antes havia livres flutuações de ouro. A partir disso, os governos impunham normas (leis).


A primeira norma é a proibição das exportações de ouro, perturbando, conseqüentemente, o processo de arbitragem no mercado de ouro, assim as taxas de câmbio começavam a flutuar.
A segunda norma é que os governos suspenderam o lastro em ouro das moedas. Admitiam moedas fiat (papel moeda sem lastro) para financiar o aumento dos gastos do governo (soldados mais equipamentos bélicos no mercado doméstico). O volume de emissão de moeda fiat e gerava variações nas taxas de câmbio dos diversos países.



Tal regime cambial durou de 1920-1925. A partir daí o padrão ouro foi restabelecido, mas se sustentou apenas até 1931. Depois da segunda metade da década de 30, vigorou as taxas de câmbio flutuantes administradas em razão da insatisfação com seu desempenho na década anterior.

Baseado em textos de:
Eichengreen e Polanyi

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Análise dos mecanismos de ajustes do balanço de pagamentos, destaque para as diferenças entre o padrão ouro de 1890-1914 com o de 1925-31.


No período entre 1890 - 1914, o padrão ouro era um modelo que estava baseado no estabelecimento de uma taxa de conversão fixa. Entre as diferentes moedas de cada país e o ouro, de modo que esse valor de troca entre a moeda e o ouro fosse constante. Dessa forma, a quantidade de moeda de um país era proporcional às reservas de ouro e as importações e exportações de ouro eram completamente livres. Criava-se, assim, um mecanismo de estabilidade de preços em longo prazo para o conjunto de países que mantivesse um preço fixo perante o ouro e funcionava como um mecanismo de contenção à expansão econômica desequilibradas, baseados no crédito. Operando no regime de padrão-ouro, o banco central de cada país mantém grande parte de seus ativos de reserva internacional sob a forma de ouro. As diferenças entre as reservas de ouro sob a propriedade de cada país refletiam, portanto, as suas necessidades comerciais. Pois, nesse padrão, os fluxos de ouro financiavam os desequilíbrios nas balanças de pagamentos de cada país. Se um país fosse deficitário em sua balança de pagamentos, isto é, se a soma de bens e serviços importados do exterior fosse superior à soma de bens e serviços exportados ao mesmo, o país deveria corrigir o déficit exportando ouro. Os países superavitários, por sua vez, tornavam-se importadores de ouro.


Se a estabilização da moeda na França em 1926 for tomada como um marco do renascimento do padrão ouro, e a desvalorização da libra pela Grã-Bretanha e 1931 como sua extinção, nesse caso o padrão ouro no período entre guerras de vigência como sistema global durante menos de cinco anos. Mesmo antes desse triste fim, superação era considerada insatisfatória. O mecanismo de ajuste era inadequado: países com a moeda fraca, como a Grã-Bretanha, sofriam déficits crônicos em seus balanços de pagamentos e uma hemorragia de ouro e reservas cambiais, ao passo que os países com moedas fortes, como a França, registravam persistentes superávits. Os ajustes nos mercados de ativos e de commodities necessários para restaurar o equilíbrio às contas externas parecia não funcionar. O estoque mundial de reservas era inadequado: ele sofreu um declínio forte em 1931, quando os bancos centrais desataram, desordenadamente, a converter suas divisas estrangeiras em ouro.

Com relação ao desemprego, no período pré-primeira guerra mundial na Inglaterra, o que acontecia era que os países situados centro do sistema (Grã-Bretanha, França e Alemanha) fazendo de tudo para defender reserva de ouro em seus bancos centrais e manter a conversibilidade da moeda, mesmo que seja necessário aumentar desemprego devido à retenção de moedas dos bancos centrais para manter a conversibilidade. Tal fato era feito através da elevação da taxa de redesconto do Banco Central. Pois a necessidade de ajuste era sinalizada por um aumento na relação entre as reservas e os meios de pagamento, uma vez que as médias de ouro saíam de circulação e entravam nos cofres dos bancos centrais. As reservas cresciam em relação aos depósitos e outra obrigação, em conseqüência da queda na atividade econômica, gerava o desemprego. Portanto, num período de pré-guerra, os países, como Inglaterra, procuraram manter suas reservas de ouro altas para conseguirem manter seus gastos bélicos durante a guerra.

domingo, 24 de maio de 2009

O papel da taxa de desconto do Banco da Inglaterra no gerenciamento do padrão ouro e no sistema financeiro Internacional entre 1890 - 1914


Baseando nos textos de Eichengreen e Aglietta

Segundo Aglietta, a taxa de desconto do Banco da Inglaterra permitir que este exercesse uma regulação precisa sobre os câmbios. Portanto, sua taxa de desconto era uma poderosa alavanca. A estabilidade das taxas de câmbio e o alinhamento das taxas de juros estrangeiras com a taxa de desconto do Banco da Inglaterra estavam ligados a crença, indefectível por parte dos operadores de todo mundo, a paridade ouro da libra esterlina.

A oferta de moeda obedecia a uma dupla influência: de um lado, as autoridades monetárias tinham que defender a paridade ouro de suas divisas; de outro, os operadores privados davam por certo que as autoridades iam defender a paridade. Nessas condições, a taxa do Banco da a Inglaterra era efetivamente a diretriz. Quando a taxa de juros interna era superior a taxa diretriz, a arbitragem de juros desencadeava a entrada de capitais que aumentavam a oferta de moeda. Quando ele inferior, a arbitragem provocava a saída de capitais que reduziam a oferta de moeda. Se derivava um desequilíbrio no mercado monetário do país, excesso de oferta de moeda no primeiro caso, excesso de demanda de moeda no segundo, que fazia variar a taxa de juros interna para alinhá-la com a taxa diretriz.

Segundo o Eichengreen, através da manipulação de sua taxa de redesconto, o Banco Central podia intervir no volume de crédito doméstico. O banco de aumentar ou reduzir a disponibilidade de crédito para restaurar o equilíbrio do balanço de pagamentos sem que fosse necessário realizar a transferência de ouro. Quando uns bancos centrais, prevendo a perdas de ouro, elevava sua taxa de redesconto, reduzindo assim o seu estoque de ativos domésticos que lhe rendia juros, ocorreria um enxugamento do volume de dinheiro no mercado. Verifica-se uma redução no volume de dinheiro em circulação e o equilíbrio externo era restaurado sem necessidade de uma saída real de ouro do país.

sábado, 23 de maio de 2009

Usando o exemplo do mecanismo de arbitragem, através do funcionamento da Lei de Gresham.


Os países que adotaram padrão bimetálico faziam o papel de ligação entre os blocos de nações que praticavam, de um lado, o padrão ouro e, de outro, o padrão prata. Essa característica permitiu sistema de arbitragem, que é a tentativa de enriquecimento através da exploração de taxas de câmbio entre diferentes países. Exemplo:

“Um interessado poderio de importar 15,5 onças de prata e levá-la para casa dando é para se cunhadas. Em seguida, poderia trocar essa moeda de prata por outra contendo uma onça de ouro. Esse ouro poderia ser exportado e trocado por 16 a onças de prata nos mercados externos (uma vez de 16 para 1 era o preço lá vigente). Essa prática de arbitragem permitia não apenas recuperar investimentos como também obter meia a onça extra de prata."
[1].

Tal movimento de metais em países com diferentes relações entre ouro e prata. Que continuou sendo incentivado enquanto houver uma relação de preços acima da proporção de sua utilização na cunhagem das respectivas moedas. Ou seja, nessa transação continuará até o momento em que a transação forneça um ganho que supere o valor do transporte e da diferença de preços dos metais entre os países. Essa realidade pode fazer com que a moeda boa seja expulsa pela moeda ruim, devido ao grande influxo do país. Como explica a Lei de Gresham.

Bibliografia:
Eichengreen,B. Padrão Ouro. A Globalização do Capital. Pág 33, parágrafo 2.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O princípio que fundamentou a unidade da moeda chave inglesa (Libra) frente à pluralidade de divisas, na visão de Aglietta.


Segundo Aglietta, o princípio que fundamenta a unidade da moeda chave inglesa frente a pluralidade de diversas foi o endividamento baseado na a assimetria de que os presidentes do país emissor são, ao mesmo tempo, devedores e credores dos não-residentes. Havia também a questão da confiança, no sentido de que os não-residentes devem ser credores seguros dos bancos emissores, que significa dizer que os credores não podiam deixar dúvidas em relação a suas intenções de conservar essas balanças líquidas no futuro; o ouro garantir a segurança.


Mas existia um sinal de fragilidade que afetava a confiança, e este sinal era dado através de indicadores estatísticos. Em 1913, todos acreditavam na libra como divisa chave. No entanto, a relação das reservas de ouro da Inglaterra e suas obrigações estrangeiras eram de 38%. A manutenção da confiança na moeda como divisa chave é baseada na seguridade de uma ordem econômica embasada na permanência dos compromissos privados, dentro e fora do país.


A moeda é o símbolo de uma civilização que exaltava a liberdade do indivíduo, a propriedade e o contrato. Assim, o ouro era, portanto, o símbolo da transcendência da ordem monetária frente às instituições estatais. Portanto, o mais importante era manter a conversibilidade do ouro, ou seja, o mais importante era preservar o valor nominal dos contratos em detrimento dos objetivos macroeconômicos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Câmara aprova cadastro positivo!

A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, o projeto de lei que cria o chamado cadastro positivo de consumidores, ressalvados os destaques que visam alterar o texto apresentado pelo relator, deputado Maurício Rands (PT-PE) ( de incluir em cadastros negativos os consumidores que atrasassem o pagamento de contas de consumo, como água e luz. “Nesses casos, já há punição específica, que é a interrupção dos serviços, além de multa e juros”, disse Flávio Dino (PC do B-MA)), e aprovado pelo plenário. O projeto foi aprovado, depois de muita discussão, por 307 votos favoráveis, com 79 votos contrários.

De acordo com o relator Rands, o projeto contempla os direitos dos consumidores e a viabilidade prática de um sistema de proteção ao crédito. “O cadastro positivo vai criar um ambiente propício à redução do spread bancário e à redução das taxas de juros pagas pelos consumidores nas compras a prazo”. O relator disse que o projeto é uma medida a mais para ajudar a reduzir os juros. “O projeto é bom para o bom pagador e é bom para a economia brasileira”, resumiu Rands.

O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), que criticou durante o projeto e propôs o adiamento da votação para permitir uma maior negociação do texto apresentado pelo relator, disse que a proposta não vai contribuir para a redução dos juros e que ela foi feita para dar garantias às empresas que hoje negativam as pessoas, "uma vez que essas empresas enfrentam muitas ações na Justiça”.

“É muito barulho para nada. É o cadastro negativo. É o SNI do consumidor”, argumentou Flávio Dino. Segundo ele, entre os pontos negativos estão: o consumidor será negativado e não será avisado, o consumidor será classificado como mau pagador e não poderá saber os motivos porque a empresa poderá alegar segredo empresarial e não prestar as informações solicitadas.

Votados os destaques, o projeto que cria o cadastro positivo de consumidores será encaminhado à discussão e votação no Senado, onde poderá ser alterado. Se for modificado pelos senadores ele retornará à Câmara para novas discussões e votação.

O papel de “pára-choques" desempenhado pelo sistema financeiro da Índia durante o funcionamento do padrão ouro de 1890-1914.


A Índia desempenhou um importante papel no sistema financeiro internacional no período 1890-1914. O sistema de compensação internacional implicava que o superávit comercial da Índia com o resto do mundo e seu déficit comercial com a Inglaterra permitiu que esta equilibrasse suas compensações de sua conta corrente do balanço de pagamentos.
Além disso, a Índia e também África do Sul eram os principais fornecedores de ouro, que era absorvido pela Inglaterra. Assim, o sistema monetário indiano fornecia uma grande massa de manobra que as autoridades britânicas poderiam utilizar formas a completar suas reservas e manter Londres como centro do sistema monetário internacional.

Por sua vez, o sistema monetário norte-americano neste mesmo período, atuava como desbalanceador do Padrão Ouro, ou seja, tinha uma posição oposta à da Índia. Não havia Banco Central nos EUA para regular as atividades econômicas nesse período, o centro financeiro era de Nova York. Portanto, todo ouro existente no país não era a colocado no sistema financeiro internacional. Os agentes econômicos, através dos bancos, tinham forte tendência a entesourar, isto é, todo ouro que entrava no país era retido pelos seus possuidores.
Baseando-se em Eichengreen e Aglietta

domingo, 17 de maio de 2009

Padrão Ouro - Sistema Monetário do século XIX até a Primeira Guerra Mundial




O padrão-ouro foi o sistema monetário vigorante desde o século XIX até a Primeira Guerra Mundial e, basicamente, consistia na adoção, por parte das instituições financeiras de cada país que aderisse ao arranjo, de um preço fixo de sua moeda em relação ao ouro. Desse modo, as autoridades deveriam exigir dos bancos e demais instituições monetárias que negociassem seus passivos respeitando esse preço fixo em relação ao ouro, como forma de estabilizar a economia.Em termos internacionais, o padrão-ouro significou a adoção de um regime cambial fixo por parte de praticamente todos os grandes países comerciais de sua época. Cada país se comprometeu em fixar o valor de sua moeda em relação a uma quantidade específica de ouro, e a realizar políticas monetárias, de compra e venda de ouro, de modo a preservar tal paridade definida.


Operando no regime de padrão-ouro, o banco central de cada país mantém grande parte de seus ativos de reserva internacional sob a forma de ouro. As diferenças entre as reservas de ouro sob a propriedade de cada país refletia, portanto, as suas necessidades comerciais. Pois, nesse padrão, os fluxos de ouro financiavam os desequilíbrios nas balanças de pagamentos de cada país. Se um país fosse deficitário em sua balança de pagamentos, isto é, se a soma de bens e serviços importados do exterior fosse superior à soma de bens e serviços exportados ao mesmo, o país deveria corrigir o déficit exportando ouro. Os países superavitários, por sua vez, tornavam-se importadores de ouro.


As “regras do jogo” prevalecentes no sistema de padrão-ouro eram simples: a quantidade de reservas de ouro do país determinava, portanto, a sua oferta monetária. Se um país fosse superavitário em sua balança de pagamentos, deveria importar ouro dos países deficitários. Isso elevaria sua oferta interna de moeda, levando a uma expansão da base monetária, o que provocaria um aumento de preços que, no final das contas, tiraria competitividade de seus produtos nos mercados internacionais, freando assim, novos superávits. Já se o país fosse deficitário na balança comercial, exportaria ouro, sofreria contração monetária, seus preços internos baixariam e, no final das contas, aumentaria a competitividade de seus produtos no exterior.


Em resumo, o padrão-ouro visava uma situação de equilíbrio na economia internacional de modo que cada país mantivesse uma base monetária consistente com a paridade cambial, mantendo assim uma balança comercial equilibrada.Durante a Primeira Guerra Mundial, a maioria dos países abandonou o padrão-ouro, principalmente devido às expansões monetárias e fiscais realizadas por eles durante a guerra, as quais desequilibraram enormemente o comércio internacional.


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