domingo, 24 de maio de 2009

O papel da taxa de desconto do Banco da Inglaterra no gerenciamento do padrão ouro e no sistema financeiro Internacional entre 1890 - 1914


Baseando nos textos de Eichengreen e Aglietta

Segundo Aglietta, a taxa de desconto do Banco da Inglaterra permitir que este exercesse uma regulação precisa sobre os câmbios. Portanto, sua taxa de desconto era uma poderosa alavanca. A estabilidade das taxas de câmbio e o alinhamento das taxas de juros estrangeiras com a taxa de desconto do Banco da Inglaterra estavam ligados a crença, indefectível por parte dos operadores de todo mundo, a paridade ouro da libra esterlina.

A oferta de moeda obedecia a uma dupla influência: de um lado, as autoridades monetárias tinham que defender a paridade ouro de suas divisas; de outro, os operadores privados davam por certo que as autoridades iam defender a paridade. Nessas condições, a taxa do Banco da a Inglaterra era efetivamente a diretriz. Quando a taxa de juros interna era superior a taxa diretriz, a arbitragem de juros desencadeava a entrada de capitais que aumentavam a oferta de moeda. Quando ele inferior, a arbitragem provocava a saída de capitais que reduziam a oferta de moeda. Se derivava um desequilíbrio no mercado monetário do país, excesso de oferta de moeda no primeiro caso, excesso de demanda de moeda no segundo, que fazia variar a taxa de juros interna para alinhá-la com a taxa diretriz.

Segundo o Eichengreen, através da manipulação de sua taxa de redesconto, o Banco Central podia intervir no volume de crédito doméstico. O banco de aumentar ou reduzir a disponibilidade de crédito para restaurar o equilíbrio do balanço de pagamentos sem que fosse necessário realizar a transferência de ouro. Quando uns bancos centrais, prevendo a perdas de ouro, elevava sua taxa de redesconto, reduzindo assim o seu estoque de ativos domésticos que lhe rendia juros, ocorreria um enxugamento do volume de dinheiro no mercado. Verifica-se uma redução no volume de dinheiro em circulação e o equilíbrio externo era restaurado sem necessidade de uma saída real de ouro do país.

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