terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Haiti


O Haiti tem sido notícia desde o dia 12 de janeiro, quando ocorreu um terremoto de 7,3 graus na escala Richter, que devastou grande parte do país. A capital, Porto Príncipe, teve 80% de suas edificações destruídas. Estima-se que cerca de 200mil pessoas morreram no incidente e 3 milhões estejam desabrigadas. Desde então, o país frequenta noticiários de todo o mundo e recebe ajuda humanitária de toda parte.

Antes do terremoto, o que as pessoas sabiam desta ilha localizada na América Central? Nada! No máximo, os mais informados sabiam que o Brasil liderava uma equipe militar da ONU dentro do país. Mas poucos sabiam o motivo. O Haiti foi colonizado no final do século XV por espanhóis e 200 anos depois foi cedido a França, que explorava açúcar, café e cacau com grande sucesso. Desde a colonização até o dia 11 de janeiro de 2010 o país passou por períodos de escravidão, controle francês, interferências norte-americanas, ditadura militar, golpes, bloqueios, muitos problemas que impediram um desenvolvimento econômico, social ou político.

A situação nos últimos anos não é diferente. Apenas no período de 1994 a 2000 o país conseguiu realizar eleições democráticas, mas sempre rodeadas de incertezas. E foi a dúvida quanto à legalidade da última eleição que encadeou o último problema político, um levante militar para depor o presidente eleito. A ONU então, foi autorizada a levar tropas a ilha para conter a situação e, é ai que o Brasil entrou na história. Todo esse histórico posicionou o Haiti como o país mais pobre da América. O PIB, segundo dados da CIA World Factbook, é de aproximadamente 15bilhões, o que os deixam em 130° lugar no ranking comparativo entre países. Sua economia, séculos após a colonização, ainda é baseada no açúcar. Além disso, cerca de 45% da população é analfabeta e a expectativa de vida é de apenas 60 anos.

Se o Haiti possui um histórico calamitoso, por que a ajuda só existe quando ocorre uma catástrofe natural dessa proporção? Hoje o Brasil disponibilizou 35 milhões de reais para ajudá-los, que se somam a outros 400 milhões de dólares vindos do resto do mundo, seja em dinheiro, remédios, alimentos. Ontem, o BID anunciou o perdão de uma dívida de 480 e a criação de um fundo de ajuda. Existe uma pressão para a França e Venezuela fazerem o mesmo. A União Européia planeja enviar mais 420 milhões de euros. Indiscutivelmente, qualquer tipo de ajuda nesse momento crítico é bem vinda, já que estimasse em US$10 bilhões a reconstrução do país. Fora o fato de que muitas pessoas estão desabrigadas, passando fome e existem milhares de feridos. Porém, porque a ajuda nunca é feita antes?

Existem muitos outros países que possuem situação semelhante a do Haiti, ou seja, são exclusivamente agrários, possuem dívidas milionárias pelo mundo, conflitos políticos que impedem o desenvolvimento. Talvez fosse mais produtivo realizar interferências que ajudassem no desenvolvimento desses países, para que eles, com as próprias pernas possam construir uma estrutura, ao invés de esperar que aconteça uma catástrofe que comova o mundo todo.
Acompanhe as notícias sobre o país no site:
http://www.brasileconomico.com.br/noticias/cat/terremoto-no-haiti_35.html

2 comentários:

  1. Biral, compartilho do seu ponto de vista em relaçao a essa paupérrimo país que sofreu uma catástrofe natural tão grande. Eu acredito que, para os países centrais, um país periférico apenas se torna objeto de atençào e investimento quando possui: um mercado consumidor abrangente, para o aproveitamento das grandes corporações multinacionais, em sua busca desenfreada por novos mercados; ou possua uma posição geográfica estratégica, como ocorreu durante a época da Guerra Fria. Nào há necessidade de ir além da fronteira de uma grande potência econônomica mundial, para ver o descasso que ocorria, e que ficou evidente após uma grande desastre natural, como o que ocorreu na cidade norte-americana de New Orleans. Esses exemplos mostram o desafio que se apresenta às autoridades, governantes dos países desenvolvidos, para a diminuiçào dessa grande disparidade econônomica e social que alguns países e regiões sofrem.

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  2. Concordo contigo e com todo o post , mas agora o que conforta alguns é que o mundo se lembrará que o Haiti realmente existe e precisa de ajuda,
    daqui algumas decadas ele será um país mais independente, com traumas dessa catastrofe SIM, mas um pais em que o futuro lhe reserva boas novidades, desenvolvimento, menos pobreza, mais ajuda, etc :)

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