Sexta-feira passada o Brasil foi escolhido como sede dos jogos olímpicos de 2016!! Com isso, o país será responsável por dois grandes eventos esportivos nos próximos 7 anos: além da própria olimpíada, a copa do mundo de 2014. Houve muita comemoração desde que as escolhas foram confirmadas e, agora, só nos resta torcer para tudo dar certo. Investimentos bilionários serão feitos em todo país durante esse período (estimam-se gastos de 30 a 40 bi de reais), principalmente no Rio de Janeiro, que receberá quase toda a estrutura para 2016.
Em um primeiro momento, parecem absurdos os gastos que serão realizados com esses eventos. Porém, como o próprio presidente Lula se pronunciou esta semana, tais gastos devem ser encarados como um investimento no país, que trará retorno durante e após esse período. Diversos países apresentaram melhoras significativas em seu PIB no ano de realização do evento e afirmam possuir retornos em várias áreas após os jogos. A Copa do Mundo de 2002, por exemplo, trouxe um acréscimo estimado de 0,6% ao PIB japonês e de 3% ao sul coreano. Um relatório elaborado pela PricewaterhouseCoopers mostra os retornos estimados em termos de geração de emprego, turismo, legado sócio-cultural para Londres, que sedia a olimpíada de 2012 (http://bit.ly/18kj79).
O Brasil pode ser muito beneficiado com a vinda dos eventos, já que existe uma necessidade (exigência) de melhoria na infraestutura do país. Aeroportos, portos, estradas, metrôs, hotéis, restaurantes devem receber grande parte dos investimentos, para melhor atender a vinda dos turistas para o país. O turismo, inclusive, deve sofrer altas significativas desde já, com as escolhas das sedes. Além disso, deve haver investimento em hospitais, serviços em geral, na segurança, tudo para que o país não seja visto com maus olhos no exterior. Além do desenvolvimento nessas áreas, diversas indústrias devem ter seu potencial produtivo aumentado: a indústria de materiais esportivos, por exemplo, deve aquecer suas vendas consideravelmente; as indústrias produtoras de insumos em geral vão ser base de todas essas reformas; a construção civil vai ser extremamente explorada. Tudo isso gera um aumento considerável nos níveis de emprego, além de um grande retorno tributário para o governo.
Mas não são só benefícios econômicos. Eventos esportivos desse porte deixam um legado esportivo, social, cultural muito grande. Os centros esportivos ou estádios construídos serão utilizados para desenvolver os atletas brasileiros e para sediar eventos internacionais em diversas modalidades. O governo deve, a partir deste ano, aprovar leis de desenvolvimento esportivo como a criação de treinos após o horário de aula nas escolas; a aprovação de maiores verbas para categorias amadoras e profissionais; o desenvolvimento de esportes não difundidos no país. Diversos locais construídos para esses eventos podem ser usados como pontos turísticos após os jogos, como feito na China, com o centro aquático, que ainda gera considerável receita com as visitas.
Porém, para que tudo isso dê certo, é necessário que haja fiscalização, planejamento (imediato) e uma boa administração após os jogos. O histórico de corrupção presente no Brasil não pode ser um empecilho para esse desenvolvimento. Além disso, parcerias privadas devem ser incentivadas, para que não haja um gasto além do necessário de dinheiro público. A visibilidade dos eventos pode facilitar muito a procura por parceiros, inclusive de patrocínio para os atletas brasileiros. Mas também pode se tornar inimiga deles, caso não haja um desenvolvimento planejado por parte do governo, como ocorreu no último Pan Americano, realizado no Rio.
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