segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O Rico Futebol Brasileiro


No começo do mês, vimos à final do campeonato brasileiro com o Flamengo sagrando-se hexacampeão em um Maracanã lotado de torcedores em estado de êxtase. Agora, os clubes estão se preparando para os campeonatos estaduais que começam em meados de Janeiro. Ao torcedor cabe ir aos jogos e esperar que seu time vença.

Assistir aos jogos nos estádios está ficando cada vez mais oneroso para o torcedor apaixonado, que além de pagar caro pelo ingresso é obrigado, também, a agüentar uma estrutura precária durante os noventa minutos. Mas, algum fã do futebol já perguntou quanto é a arrecadação da bilheteria do seu time no campeonato?

Pois bem. No caso do Brasileirão 2009, quando falamos em bilheteria notamos que o futebol está cada vez mais rico. O Flamengo não se limitou a ser campeão nacional, obtendo também, o primeiro lugar no ranking de arrecadação do campeonato. O rubro-negro carioca teve uma média de R$ 766.054,68, com ingresso no valor médio de R$ 40,00 e público médio de 40.036 pagantes, o que não é surpresa, pois é o clube com maior torcida do Brasil.

Em seguida, aparecem três grandes clubes paulistas, que atualmente formaram uma parceria chamada de G4 (Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos). O Corinthians está na segunda posição da lista, com R$ 658.376,21, e na sexta colocação na média de público.

Segundo o jornal Agora, o clube do Parque São Jorge cobra, em média, R$ 32,20 por entrada, sendo o mesmo preço estabelecido pelo Palmeiras, quarta colocação no ranking, com R$ 650.621,93, e na sétima na lista de média de público, registrando 18.425 pagantes. Já o São Paulo, obteve R$ 656.368,97, sendo o terceiro colocado, tanto na lista de arrecadação quanto de público.

Enquanto a média do preço do ingresso do Brasileirão foi de R$ 18,20, os grandes clubes estão cobrando valores elevados frente ao demais, correspondendo acima de 80% da média geral. Isto representa que a bilheteria voltou a ter importância para os grandes times do país.

Bom para as equipes que podem explorar e promover mais ações de marketing, como fortalecer o sócio-torcedor e ruim para o torcedor que terá que gastar mais para ver o seu clube jogar, gerando, possivelmente, uma segmentação de público. E aqueles que não puderem arcar com os elevados preços dos ingressos terão que achar alternativas para acompanhar os jogos, como por exemplo, assistir em casa ou nos bares, ao bom estilo inglês.

MÉDIA DE ARRECADAÇÃO*
Flamengo/RJ R$ 766.054,68
Corinthians/SP R$ 658.376,21
São Paulo/SP R$ 656.368,97
Palmeiras/SP R$ 650.621,93
Atlético/MG R$ 554.164,37
Cruzeiro/MG R$ 374.210,32
Grêmio/RS R$ 337.498,32
Atlético/PR R$ 324.872,89
Inter/RS R$ 308.453,47
Vitória/BA R$ 281.138,42
* por clube mandante
Fonte: CBF

MÉDIA DE PÚBLICO*
Flamengo/RJ 40.036
Atlético/MG 38.761
São Paulo/SP 26.305
Fluminense/RJ 22.042
Cruzeiro/MG 21.973
Corinthians/SP 20.213
Palmeiras/SP 18.425
Inter/RS 18.323
Sport/PE 17.896
Grêmio/RS 17.776
* por clube mandante
Fonte: CBF
*Texto postado por Caroline Monacci

3 comentários:

  1. Ficou ótimo Carolzinha o texto, Parabéns!! Escreve também sobre a série B e a influência que o esporte tem no brasileiro.

    ResponderExcluir
  2. Por mais que o preço dos ingressos das partidas de futebol tenham sido abusivos, em especial dos quatro grandes clubes paulistas, é de se pensar qual a relação entre a venda de ingressos e a renda total dos clubes. Não digo que não seja frustrante pagar caro para passar 90 minutos em um estádio que não oferece qualquer tipo de conforto para os torcedores, mas ao mesmo tempo, com as cifras milhonárias das folhas de pagamentos de jogadores e técnicos não há como não tentar arrecadar cada vez mais dinheiro, mesmo que quem sofra, infelizmente, seja o torcedor. Além disso há de se pensar qual o padrão de comparação que está sendo utilizado. De maneira alguma estou defendendo os preços cobrados pelos grandes clubes, mas quando o Morumbi que cobra R$ 40,00 dos torcedores e o Guarani cobra R$ 30,00 a dúvida que fique é quem realmente estaria "explorando" seu torcedor.

    ResponderExcluir
  3. Acredito que a bilheteria tenha influência muito diferente em clubes mais e menos tradicionais. Os menores muitas vezes dependem da renda para pagar as contas, tanto que se sujeitam a mudanças de mando de campo para aumentar a bilheteria. Isso ocorreu muitas vezes no Campeonato Paulista ou até com o Santo André no Brasileirão, quando os jogos foram para grandes cidades como Ribeirão Preto, onde a torcida visitante era extrema maioria.
    Proporcionalmente os times grandes não são tão influenciados, porém, aumentam os preços para que a renda seja mais significativa. Os preços teoricamente abusivos são um complemento da estratégia de marketing dos clubes, que contratam jogadores famosos para atrair o público.

    ResponderExcluir