segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Disparidade Econômica


Hoje o Ibovespa subiu para um dos maiores patamares do ano, chegando aos 61316 pontos . Dois fatores contribuiram consideravelmente para isso: O petróleo e os metais voltaram a ser comprados internacionalmente, sofrendo inclusive um aumento repentino de preços, o que valorizou as ações da Petrobrás e da Vale, base do índice de ações brasileiro; E fusões internacionais animaram investidores, como a compra da Affiliated Computer Services pela Xerox e no setor farmacêutico, a compra de um braço da Solvay pela Abbott.


Se as ações acumulam na Bovespa uma alta de 61% no ano, porque o setor produtivo não acompanha esse otimismo? Primeiramente, a oscilação do papel das empresas nada mais é do que uma expectativa do investidor. A economia mundial tem dado sinais de recuperação, o que anima os investidores a realizar esse tipo de investimento, já que os juros estão baixos, e ele procura outras formas de valorizar seu capital. Somado a isso, o Brasil tem sido constantemente elogiado no mercado internacional, inclusive recebendo grau de investimento, como visto no último texto publicado aqui pelo Michel Racy. Portanto, não necessariamente a economia real está melhorando no mesmo ritimo que a alta das ações.


Esse cenário de alta expressiva em um curto período, pode portanto, se tornar nada mais que uma bolha especulativa. Ou seja, os papéis se valorizam consideravelmente, porém os setores não confirmam essa espectativa, e os preços podem ser reajustados, o que geraria uma queda das ações no futuro. O que pode ser feito para mudar essa visão pessimista? Nada mais do que mudar o foco dado para o capital dentro do país (seja internacional ou até mesmo de investidores internos privados): investimento produtivo. Há anos o Brasil possui baixas taxas de cresimento do PIB e altas significativas no mercado acionário, isso porque a abertura comercial na decada de 90, somados aos juros altos que o país oferece desde então, torna nosso mercado muito atrativo para o investimento especulativo.

Apesar de tudo, é plenamente possível alterar esse cenário. O mundo todo reduziu suas taxas de juros consideravelmente, e o Brasil, apesar de ainda possuir uma das mais altas, está em patamares bem abaixo dos últimos anos. Esse fato, somado ao potencial de recuperação econômica deixado pela crise (que supostamente está chegando ao fim), poderia gerar investimento produtivo no país, se houvessem incentivos governamentais para isso. O Estado poderia ser o responsável pela infra estrutura do país, indústrias de base, o que traria grandes benefícios de longo prazo, atraindo ainda mais capital privado, que tem um grande potencial de desenvolvimento em diversos setores estratégicos. Com o surgimento de novas empresas no mercado, ou as que estão aqui recebessem mais investimentos, consequentemente haveria uma maior geração de emprego, maior consumo interno.. chegando no resultado óbvio, um maior aumento do PIB.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pra Frente Brasil! Brasil!

Nesta terça-feira a agência Moody's, como anteriormente já haviam concedido as agências Fitch Ratings e a Standard & Poor's, nos concedeu o patamar inicial considerado para grau de investimento.

A importância deste grau vem em sentido do Brasil ser o primeiro país a receber tal nota após a última crise financeira enfrentada. Nas próprias palavras do titular da agência para a America Latina, Mauro Leos, "a elevação (da nota) reflete o reconhecimento pela Moody's de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil"

Desta forma, Leos, classifica o Brasil como uma economia "vencedora" que apresentou grande flexibilidade economica e financeira, tendo apenas uma moderada deterioração dos indicadores de dívida do Estado, enfraquecimento mínimo das reservas internacionais e ausência do estresse financeiro bancário - muito diferente do apresentado por outras economias consideradas fortes e menos vulneráveis que a nacional.

Ainda assim, há uma ressalva importante a ser feita. Neste período o país passou por um grande aumento de sua dívida fiscal - dívida publica. Porém nas palavras do próprio Leo "isso não é grande o suficiente para causar preocupação. A posição oficial do governo é a de retomar balanços primários consistentes com o compromisso de reduzir a dívida pública''.

Não podemos negar que o posicionamento Estatal, como reconhecido pela agência, foi de grande importância para que o país não caisse de cabeça como muitas outras economias do mundo. Ainda assim, parâmetros e diretrizes devem serem tomadas e levadas em conta, principalmente agora, em que o grau de investimento nos foi firmado por mais uma agência de reconhecimento internacional.

O país deve planejar com seriedade os possiveis novos investimentos que serão atraidos para que não cairmos nas mesmas armadilhas do passado e perdemos o controle de nossa própria economia para capitais investidores estrangeiros.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Apenas um Gasto Militar?


No começo do mês, após uma reunião com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o Brasil anunciou a intenção de compra de 36 aviões de combate GIE Rafaele, produzidos pela Dessault Aviation. A notícia gerou instantâneos comentários, dentro e fora do país. Estados Unidos e Suécia reclamam da preferência pelos caças franceses, frente ao F18 da americana Boeing e o Gripen da sueca SAAB. A licitação se encerraria hoje (foi adiada para dia 02 de outubro), e por enquanto, apenas a França havia entregue uma proposta oficial.


Porém, no Brasil a repercussão é outra. O que mais circulou nos jornais do país foi o valor da aquisição: cerca de 5 bilhões de dólares!! Alguns políticos já começam a organizar um movimento para a instauração de uma CPI fiscalizadora. Críticos discutem onde esse dinheiro seria melhor investido, ou até mesmo se está ocorrendo uma corrida armamentista na América Latina.


Talvez, a falta de transparência, ou até mesmo a forma como foi dada a notícia tenha gerado toda essa propaganda negativa. O presidente Lula, por exemplo, justificou a compra dos caças como forma de defesa das recentes descobertas de petróleo na camada do pré sal, ao invés de salientar as vantagens da compra. Enquanto isso, o misnistro da defesa se preocupava em explicar que a licitação continua, e não há um acordo fechado com a França.


Por isso, seria adequada uma maior discussão sobre o assunto. Primeiramente, não é apenas um acordo de compra de novos caças, e sim a de transferência de tecnologia. O Brasil tenta a compra de 36 caças, 50 helicópteros, 4 submarinos, 1 casco para o submarino nuclear, estaleiros para construí-los, uma base para operá-los, armamento, softwarers. Tudo isso gera novos conhecimentos científicos, que em um futuro próximo pode trazer retorno: O país estará apto para a construção de caças Rafaele, e poderá vende-los para os países da América Latina; A Embraer poderá utilizar tecnologia francesa para seus novos projetos, como o KC-390, aeronave de transporte militar que já gera interesse da própria França, na aquisição de 10 unidades. Sendo assim, fica aberta a discussão, quais os prós e contras nessa história? Será que as críticas estão sendo feitas tomando todos os argumentos como base?

domingo, 20 de setembro de 2009

A importância da família para o sucesso de Henry Ford

Para o pai de Henry Ford,William, apesar de não achar todas as atividades industriais questões secundárias, deixou seu filho instalar uma mesa de trabalho em casa. A esposa Clara, sempre acompanhou e apoio o marido, mesmo no caso em que soube que Henry estava tendo um affair com uma secretária trinta anos mais nova,com a qual dizem que gerou um filho. Mesmo assim a esposa não o abandonou, pois aprendeu a viver com a situação, pois sabe que Henry jamais a abandonaria.

Do casamento entre Clara e Henry, nasceu Edsel. Esse seguiu os passos do pai, nunca freqüentou a universidade,pois o pai não via necessidade , nunca precisara dela. Henry pretendia passar a hierarquia da Ford Motor Company para o filho. Henry tinha uma posição firme em relação ao filho,pois para o pai sua postura agressiva faria com que o filho adquiresse o perfil para o cargo de presidente.

Após contratação de Henry Bennett, um pugilista semi-profissional , que foi admitido por Henry Ford , para anular os movimentos sindicais dentro da Ford. Edsel se viu frustrado por aqueles estes funcionários (Bennett) que buscavam progredir por meios escusos, o que levou Edsel ao desespero e a morte.

As mulheres da família(a viúda de Edsel e Clara) foram de vital importância para a Ford, apesar da não concordância de Henry Ford. Elas ao fazer valer a posse de quase um terço das ações com direito a voto, e vetaram a indicação pretendida pelo fundador , de indicadar Harry Bannett.
Henry II ( filho de Edsel) logo assumiu a presidência da empresa, fazendo ai uma grande reestruturação, e também a defesa da direção da empresa apenas por um Ford.

Com o passar do tempo, a Ford perdeu mercado para os concorrentes, deixando a empresa em seqüenciais prejuízos.

Mais recentemente a Ford uma empresa tão mal administrada, agora dirigida por diretores, poderia com facilidade ter sido engolida por uma concorrente, provavelmente uma fábrica japonesa rival, mas os Fords encontraram em William Clay Ford II, sobrinho de Henry II, alguém para tocar o negócio.

Assim a família de Henry Ford foi de vital importância para dar-lhe o apoio necessário, mas também discordá-lo quando necessário.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Motivos do sucesso de Henry Ford



Para o autor David Landes, Henry Ford teria sido o maior e mais inovador empresário da indústria, pela suas conquistas, visão de produção em massa e mercados em massa, do transporte individual para multidões e da tecnologia que viria a tornar possível tal revolução.

Henry Ford possuía dois bens preciosos: mãos extremamente hábeis e talento para ferramentas e máquinas. A curiosidade foi uma importante característica de Henry. Quando jovem passou a desmontar e montar relógios, mas ‘a partir dos 16 anos já não se contentava somente com os relógios, foi para Detroit onde começou a trabalhar numa oficina mecânica. Mesmo não tendo formação acadêmica Henry Ford foi o exemplo exato do “american dream”. Antes de se dedicar aos carros, chegou ao cargo de engenheiro –chefe, numa conceituada empresa.

Grande parte do sucesso de Henry deveu-se a engenhosidade e confiabilidade de suas máquinas e outra boa parte de audácia natural, melhorada por anos de vida na fazenda, e também pelo conhecimento que tinha de automóveis. Henry apostou na fabricação de veículos leves, ganhando eficiência , num período dominado por carros pesados.

Para Henry Ford o principal não era somente vender carro, mas sim dar a atenção ao design e ao processo de montagem. Os carros Ford fizeram sucesso desde o ínicio, porque Henry percebeu o potencial do mercado, demonstrando assim uma aguçada visão do mercado potencial. “A maneira de fabricar carros e fazer um igual ao outro, idênticos, fazê-los sair da fábrica iguaizinhos, assim como um alfinete é igual a outro alfinete quandos ambos saem da fábrica de alfinetes”, dizia Henry Ford. Muitas oportunidades surgiram `a partir da grande curiosidade técnica, de Henry. Um exemplo ocorreu em 1905, quando numa corrida automobilística, Henry observou os carros dos fabricantes europeus, que apresentavam peças com leveza nunca vista antes por ele. Após estudos , a Ford chegou ao desenvolvimento de uma nova liga de aço, que fez um tremendo sucesso. Sucesso esse, devido ao valor do conhecimento e da inovação.

A meta da maioria dos fabricantes de automóveis era a rigidez, a de Henry, a flexibilidade. Com a ajuda de uma notável equipe de colaboradores, havia empreendido uma revolução na tecnologia da produção. Esse foi o maior motivo do sucesso de Henry Ford, no auge de sua pôtencia: era agressivo, criativo, tecnologicamente visionário e extremamente popular. Um exemplo, para Henry Ford o ciclo de produção começava com o cliente: achava que a mercadoria deveria ser antes de tudo ajustada de forma a atender o maior número possível de consumidores em qualidade e preço, e consequentemente o número de clientes tenderia a aumentar continuamente conforme o preço do artigo fosse caindo. Ao mesmo tempo, pelo pagamento de um salário substancial para aqueles que trabalhavam com a produção e a distribuição, o poder de compra aumentaria. Em janeiro de 1914, ele e seu sócio James Couzens aumentaram todos os salários em suas indústrias para um mínimo de 5 dólares por oito horas de trabalho (a média até então era de 2 dólares e quarenta centavos por nove horas de trabalho). Esta última medida provocou rápida economia pois serviu como incentivo até então desconhecido aos funcionários: o índice de retrabalho diminuiu sensivelmente, assim como as horas improdutivas.

Ford fez planos nos quais suas fábricas se auto manteriam, evitando o lucro de intermediários. Essas técnicas ajudaram a Ford à acumular triunfos, importantes principalmente para épocas de crise que ocorreriam no mercado para os carros da Ford, isso devido principalmente à concorrência e as crise de estagnação enfrentadas pelos EUA.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O período JK - Breve comentário


Ao observar o período do governo de Kubitschek notamos que foi de grande contribuição para o estado brasileiro. Foi determinado por implementar suas metas e conduzir as políticas externas e internas com uma habilidade, devido seu estilo negociador.


O período de JK foi um momento de continuidade, assim viabilizando o Plano de Metas. Com isso temos o foco em um projeto de desenvolvimento baseado na consolidação da infra-estrutura. Sem esquecer que assim seguia os projetos sugeridos peça Comissão Mista Brasil Estados Unidos. Surge assim o BNDE, do Itamarati e d Sumoc.


São vários exemplos mostram a continuidade dos governos, uma delas o créditos referentes aos projetos CMBEU aprovado na era Vargas, passaram a ser viabilizados.

Ao observar o governo de Kubitschek, observamos que ao fazer uma análise das políticas econômicas, podemos obter várias faces deste governo. O êxito pode considerar uma face importante já que ocorreu a implementação de quase na sua totalidade o plano de metas. As estratégias voltadas a indústria viabilizaram e criaram espaços decisórios setoriais que agilizaram a realização das metas. Mas tivemos algumas áreas que foram renegadas ao segundo plano. Sempre perdiam para as metas principais do governo. Entre essas áreas temos: exportações, a inflação, o déficit de pagamentos, e o endividamento externo.


Podemos concluir que a conjuntura internacional constituiu o fundo das políticas implementadas entre 1956 – 60, mas este não é o único fator. Que explicaria o crescimento neste momento. Essa era foi de grande crescimento baseado no financiamento do Estado. Aprofundando o déficit público e a dinâmica interna gerada pela inflação, que penalizou o assalariado e alocou parte do lucro das empresas.


Observamos que no governo de JK foi um ato contrario ao que o FMI dizia. Ao contrario da política sugerida que seria de desacelerar a economia. O governo brasileiro irá suavizar a participação da conjuntura externa se quiséssemos a participação das classes sócias na formulação e na implementação das políticas na área econômica. Dessa forma temos que o estado não perde os méritos da sua participação nesta investida de construção industrial brasileira.
Juscelino mudou a estrutura do Brasil e conseguiu transformar diversas áreas do Brasil. E ainda em diversos pontos, agricultura, indústrias até mesmo o de bens de capitais. Temos que um dos seus maiores legados foram não só o crescimento, mas, sim a construção da democracia.


Gostou? Que tal valorizar nosso trabalho?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fim da Crise?



Hoje é aniversário de 1 ano da quebra do banco Lehman Brothers, um dos maiores bancos da história dos Estados Unidos, nascido em 1850 a partir de uma modesta quitanda no estado do Alabama, e que se tornou especialista em intermediações financeiras. A quebra de um símbolo, que sobreviveu a crises históricas, como a Guerra Civil norte americana ou até mesmo a Crise de 29, foi um marco mundial, em que as instituições financeiras deixaram de negar a existência de uma severa crise internacional.

O aniversário deste grande evento nos remete a muitas perguntas: A crise acabou? As economias mundiais já mostram sinais concretos de retomada? O que será feito para não acontecer novamente? Hoje, o presidente dos EUA, Barack Obama, se pronunciou a respeito do assunto. Segundo ele, o país não permitirá que as irresponsabilidades cometidas pelas instituições financeiras sejam repetidas. Para isso, há um projeto no Congresso que aumenta a regulação sobre o Mercado Financeiro. Obama também defende que órgãos federais possam punir bancos que corram riscos demasiados. Além disso, será criada uma agência de proteção ao consumidor, que garanta informações precisas aos consumidores.

Dados importantes serão revelados esta semana, nos Estados Unidos, Europa e no Brasil, o que pode apontar a direção que o mundo está seguindo após o auge da crise. As vendas no varejo, por exemplo, podem ser um indicador de retomada da economia. Assim como a produção industrial, a utilização da capacidade instalada e os dados do setor imobiliário.

Grande parte dos analistas acredita que haverá uma melhora em todos os indicadores que serão apresentados. Porém, é importante fazer uma análise mais detalhada sobre esses dados. No Brasil, por exemplo, o aumento das vendas no varejo foram fortemente incentivadas pela redução do IPI (Imposto sobre produtos industrializados) para veículos automotivos, realizada pelo Governo Federal. Se os dados forem analisados excluindo este setor, possivelmente haverá uma redução significativa nos resultados.