Durante esse mês escrevendo para minha monografia, sobre as crianças soldado no mundo e as crianças no tráfico no Rio de Janeiro, comecei a perceber diversos relatos sobre como o tráfico nas décadas de 50,60 e começo de 70 nas comunidades do Rio de Janeiro eram extremamente “românticos”.
Sim, você não leu errado o crime e o tráfico carioca tinham um alto teor de romantismo em suas ações, algo como uma atitude “Hobinhoodiana”. Após ler o livro de Luke Dowdney, Alba Zaluar, Misse e outros autores que abordam a temática das comunidades cariocas pude observar o quão importante os Donos das favelas como Rogério Lemgruber ou o Bugalhão eram importante para suas comunidades.
Para entender esse fenômeno é preciso voltar ao começo da urbanização carioca, mas propriamente ao começo do século XX, quando ocorre o primeiro choque de urbanização republicano do Rio de Janeiro. Foi durante esse período que começaram a se formar as conhecidas favelas nos morros cariocas como conhecemos hoje. Em 1904 Rodrigues Alves, então presidente da república, ordenou, baseado nas cidades europeias, uma reurbanização total da cidade, até então, capital da República. Organizaram-se então mutirões para a retirada de barracos e cortiços das áreas centrais, onde se amontoavam e provocavam a disseminação de diversas doenças como a varíola. Desta maneira desalojou-se toda a população mais pobre do Rio e os “empurrou” para as áreas periféricas, naquele momento os morros. O resultado desta operação foi a deterioração das condições de vida dos mais pobres, através de decisões políticas e uma modernização autoritária que desalojava e expulsava os moradores pobres das áreas centrais da cidade.
Estes fatores evidenciaram o total abandono das sociedades carentes cariocas desde seu início, foi a partir desta “brecha” e da necessidade de uma organização regional daquela região que se criaram as figuras dos Donos, os líderes regionais que no princípio eram bicheiros, assaltantes a mão armada, pistoleiros ou pequenos traficantes regionais. Esses Donos exerceram papel fundamental na criação e organização social das favelas cariocas. Instauraram relações sociopolíticas nas comunidades, instauraram regimes disciplinares (mesmo que a base de força) e supriam a necessidade dos moradores no lugar do estado. Logo estes líderes foram substituidos por pequenos vendedores de droga locais, algo como um pequeno tráfico regional. É neste período que começa à aparecer a mistificação do líder e o romantismo envolto nesse personagem.
Os líderes nas comunidades eram ,não só, os responsáveis pela instauração da ordem social, bem como os “únicos” provedores de recursos as sociedades carentes. É curioso observar em uma passagem do livro de Dowdney o sequestro, organizado por Lemgruber, de um dono de granja. Segundo a passagem em nenhum momento do sequestro Lemgruber age com violência, pelo contrário, desde o início do sequestro deixa claro, ao sequestrado, que não haveria violência por parte dele e seus comparsas com o sequestrado e, que na verdade somente desejavam que o dono da granja enviasse um caminhão de galinhas para o morro. O fim da história, como se pode prever, foi feliz, o dono da granja acabou por enviar 2 caminhões para a comunidade. Ao chegarem os caminhões as galinhas foram devidamente divididas entre os moradores. Em outro trecho é possível observar como os “ladrões” dividiam entre a comunidade seus ganhos dinheiro, comida e outros artefatos.
Era comum que na falta de um remédio, gás ou comida, prontamente o morador fosse ajudado pelo líder, pelo Dono, que estava ali para obter seus ganhos com a venda da droga, mas para também servir e ajudar comunidade. O respeito pelo morador era algo constante, era estritamente proibido o uso de drogas(basicamente maconha) na frente de crianças, trabalhadores e idosos, andar armado então nem pensar as penas para os traficantes que desobedecessem eram duras e poderiam envolver até a morte caso desrespeitassem os moradores.
Passagens como esta também podem ser observadas em filmes como Cidade de Deus ou 5 x Favela.
No entanto este cenário começa a mudar no final da década de 70, começo da década de 80. O comércio de drogas até então era pequeno, difuso e baseado na maconha. No entanto a chegada da globalização e crescimento voraz do capitalismo trouxeram consigo diversas mudanças na organização social das comunidades carentes. Pode-se apontar como fatores determinantes para essa mudança chegada da cocaína colombiana, a baixo preço, alta rentabilidade em relação a maconha e fácil acesso. Somam-se a esses fatores ainda:o crescimento do mercado de drogas; o aumento do policiamento violento e repressivo durante a ditadura; A chegada de armas leves de uso militar; o estabelecimento e a organização de facções de drogas de grandes proporções.
Com essas mudanças vieram as mudanças no relacionamento entre o tráfico e a comunidade, a paz não era mais eminente, começa a se tornar comum a visão de de homens armados nas favelas, crianças começaram as ser engajadas nos serviços relacionados ao tráfico, as guerras, motivadas pelos altos ganhos provenientes da cocaína, se tornaram comuns, mortes, assassinatos passaram a ser parte do cotidiano dos moradores.
O tráfico, motivado pelas leis do capitalismo no qual o interessante é sempre ganhar mais, levou consigo não só a vida pacata dos moradores das comunidades, como ambém o romantismo das favelas.
No movimento de estruturação do aparelho econômico estatal encontramos quatro elementos fundamentais: rede de mecanismos de centralização do comando, empresa pública para dinamizar o desenvolvimento, banco de investimentos e redesenho da articulação do empresariado em parceria com o Estado.(DRAIBE)
A concepção varguista do desenvolvimento capitalista brasileiro pode, dizer que foi em base em cinco eixos, entre eles os seguintes: estruturação de um sistema de financiamento,assim sem esquecer que isso foi à forma de articular a economia nacional com o capitalismo estrangeiro que nos indica as preferências para entrada do capital externo assim como limitando as remessas de lucros; Capitalização da agricultura, redistribuição da renda e melhorias na qualidade de vida, processo rápido de industrialização que obrigava a empresa estatal ter um papel estratégico e dinâmico,organização de um sistema de financiamento. Assim sem esquecer que isso foi à forma de articular a economia nacional com o capitalismo estrangeiro que nos indica as preferências para entrada do capital externo assim como limitando as remessas de lucros.
Dessa forma a mensagem possuía as bases para a industrialização brasileira, dependia do capital estatal, pelo meio da infra-estrutura e instalação de indústrias de base. Vale salientar que como pilares desta estrutura temos os investimentos em infra-estrutura, energia e transportes.
O setor energético era indispensável o desenvolvimento da geração de energia elétrica, acrescentamento e aumento de sua distribuição e uma mudança nas quetões tarifarias e contratuais. Ao final de 1951 vemoso Executivo enviar ao Congresso o Programa do Petróleo Nacional uma proposta para a criação da Petrobrás.
Outro produto energético, o carvão mineral, tem suas prioridades. Entre elas as principais eram de melhorias da extração, a industrialização e o transporte do carvão como também a proteção do produto nacional frente ao produto estrangeiro.
O transporte preocupava o governo. De forma que as atividades industriais distribuíram-se em três setores: indústrias de infra-estrutura, indústrias de base e indústrias de transformação. (DRAIBE)
A concepção de aceleração da industrialização no Brasil era promovia grandes impactos na armação econômica do Estado. Entre os anos de 1951 e 1954 era possível sentir a inadequação do aparelho estatal no que diz respeito às tarefas do projeto industrializante
Para ajudar a agricultura foi criada a Comissão Nacional de Política Agrária (CNPA), no setor industrial foi criada a Comissão de Desenvolvimento Industrial, entre outros. Para ajudar na concepção dos mesmos.
O Estado se expandindoera complementado com as criações de empresa pública que lhe davam um poder maior de atuação (como a criação da Petrobrás e Eletrobrás) e, ainda, uma vinculação setorial do empresariado que era dependente deste aporte de capital feito pelo Estado. Na concepção de uma empresa pública o Estado, passa agora a encarar as atividades industriais ao qual era necessário desenvolver, pois seu plano de desenvolvimento era fundamentado neste fator.
Um fator relevante foi à criação novas formas de industrialização, sob liderança da empresa pública, diminuindo a ação da empresa estrangeira. Deixa o Estado controlar estas áreas importantes para a indústria se desenvolver. (DRAIBE)
Para aqueles que se surpreenderam com a efetivação ao cargo de deputado federal, pelo Estado de São Paulo, de Francisco Everaldo Oliveira Silva em nosso processo democrático tão justo, igualitário, modelo de ordem e “progresso” as nações civilizadas... Os nossos “queridos” amigos do Norte não me parecem estar em melhor perspectiva dado que no dia 2 de novembro de 2010, os estadunidenses vão às urnas para elegerem senadores, deputados e governadores para 37 estados da “abençoada” República federativa. Tendo como pressuposto que estes caros tomaram para si a missão messiânica de levar a todos os continentes do Globo “o sonho americano”, que é definido por Immanuel Wallerstein como:
“O sonho americano é o sonho da possibilidade humana, em que todas as pessoas possam ser encorajadas a fazer o seu melhor, a alcançar o seu máximo e a ter a recompensa de uma vida confortável. É o sonho de que não haverá obstáculos artificiais no caminho dessa realização individual. É o sonho de que a soma dessas conquistas individuais é um grande bem estar social – uma sociedade de liberdade, igualdade e solidariedade. É o sonho de que somos um farol para o mundo que sofre por não concretizar este sonho.”
Cabe-nos então, averiguar como o “farol para o mundo” está realizando a disputa democrática para o cargo de governador. Pois bem, comecemos pelos candidatos a disputa pelo estado da Califórnia:
“Na Califórnia, o candidato democrata Jerry Brown disputa com a republicana, Meg Whitman. Bilionária, ela decolou nas pesquisas, prometendo cortar impostos dos mais ricos. Mas a campanha foi abalada com a denúncia de que ela contratou como babá uma imigrante ilegal. É o escândalo babágate.”
Em Nova Iorque:
“O candidato republicano Carl Paladino faz uma cruzada contra os homossexuais: "Não quero que as crianças pensem que ser gay é uma opção correta", ele disse. E criticou o adversário, o democrata Andrew Cuomo, por ele ter levado as filhas para assistir à parada gay de Nova York. ”
E assim sucessivamente diante dos 37 estados em processo... A questão curiosa que estes pequenos exemplos nos comprovam e nos levam a refletir é: até que ponto o processo democrático é realmente democrático? Ou... a disputa por um cargo a governador de um estado, a deputado federal deste e tantos outros em questão não servem apenas para atender interesses privados onde novamente o público fica relegado ao segundo plano?
Entre tantas pesquisas e campanhas o fato cada vez mais corriqueiro e permutado de normal é a institucionalização do mercado a nível público, ou em outros termos, a regularização do balcão de negócios travestido de Estado. O espantoso é que ainda tentem encontrar a linha “demarcatória” desses dois conceitos que na realidade não somente se confundem como sequer se dividem, ao contrário mesclam-se , fundem-se e apresentam-se como democráticos e produtos de uma sociedade democrática. Democracia esta que insistem em levar ao mundo mediante guerras, que é claro que é um instrumento muito democrático...
Diante dessas produções pitorescas que o universo político reflete torna-se cada vez mais evidente o universo que a sociedade produz e irradia como modelo real a ser seguido. E torna-se óbvio o porquê nós brasileiros somos os bons “imitadores” da arte de copiar o que de melhor é produzido no sistema-mundo para continuarmos avançando em meio a “(des) ordem e o progresso (?!)”. Assim, não poderíamos perder esse bonde! E estamos no caminho certo dado que a disputa presidencial não deixa sequer uma gafe neste conjunto de etiquetas onde o predomínio da agressividade e violência se faz regra! O que nenhuma analista atenta, no entanto, são para os indicadores da bolsa econômica que sobem e descem a cada declaração por parte dos petistas ou tucanos, a luz é tão clara que chega a cegar! Enquanto o transtorno confundido com disputa política manifesta a caricatura e pobreza de espírito do nosso sistema democrático, o mercado econômico sequer descansa e apenas espera o momento de poder “capitalizar” mais uma fatia dos recursos que ainda se perguntam onde é que fica o caminho para o público...
Retomando ainda Wallerstein: “Contudo, para compreendermos o mundo em que vivemos, temos que ir além dos sonhos, de modo a lançar um olhar atento à nossa história (...)”
A história que vivemos hoje é a história do mercado privado. A política que temos hoje é a política que tomou como exemplo a suposta nação mais rica do universo. Porém, mais rica para quem? O questionamento que nos resta é saber até quando o privado permitirá que o público exista... E se o faz qual é o lado que ocupamos? A privatização do Estado já é um fato consumado. E não está longe o tempo em que este fato será institucionalizado... É só prestar a atenção e ver ao invés de crer!
Referências Bibliográficas:
Wallerstein, I: O Declínio Do Poder Americano. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004. http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/10/campanha-para-governador-nos-eua-revela-candidatos-polemicos.html
Estima-se que até o final de 2010 uma Ferrari será comprada por um Brasieliro a cada 35 dias. E mesmo assim não é o mesmo que consumira nas lojas de Diane Von Furstenberg, CH Carolina Herrera e Aston Martin, sem esquecer-se daquelas marcas que tiveram seu lançamento este ano como as novas butiques da Loius Vuitton e da Cartier.
O mercado de luxo irá deixar os donos de cartões de créditos felizes, o cliente de luxo tem um gasto médio de quase R$ 3,5 mil por compra, o brasileiro deste mercado irá impulsionar cerca de 50% das vendas das dezenas de marcas desta forma caracterizando o melhor ano para o mercado de luxo.
Em plena crise financeira do ano passado o universo do luxo faturou cerca de US$ 6,5 bilhões no Brasil. Isso equivale a 8% em relação a 2008 que faturou US$ 6 bilhões (dados: GKF Brasil e MCF Consultoria). O Brasil recebeu em 2009 outras grifes do alto luxo como: Hermès, Missoni, Christian Louboutin, Bentley, Lamborghini e Bugatti, o investimento passa dos US$ 830 milhões. O número de veículos importados sofreu um avanço de 30,9%, segundo os dados da Anfavea (da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
“Crescemos muito mais do que o mercado de automóveis como um todo, até porque as classes A, AA e AAA são menos afetadas na postura de compra do que outras classes” diz Thiago Lemes, gerente de Produto Importação da Audi no Brasil. A Audi lançou em 2008 o modelo R8 V10 esportivo a um preço de R$ 696 mil cada. Já na primeira semana foram vendido quatro unidades.
Mesmo com a tributação passando dos 100% para os artigos de luxo (Carros, relógios, joias ou sapatos) não foi problema algum para as empresas. O valor dos importados de luxo sejam carros, relógios, joias ou sapatos, sofre tributação superior a 100%. E vale ressaltar que as empresas ainda apostam em um crescimento de 73% nas vendas. Como é o caso da Jaguar. Quem acompanha o mercado percebe que o crescimento econômico brasileiro auxilia e favorece o crescimento das marcas de luxo no país.
“Com um cenário positivo, mais gente se interessa por comprar um carro de luxo”, diz John Peart, presidente da Jaguar na América Latina.
Seguindo a mesma linha do mercado a marca Aston Martin, famosa pelos carros dos filmes de James Bond acredita no mercado promissor que é o Brasil. Com o mercado de luxo crescendo temos outras marcas aportando aqui como: Gucci (Yves Saint Laurent e Bottega Veneta).
O mercado ainda está em franca expansão. Em 2009 detinha mais milionários que Australia e Espanha, chegando a ocupar a décima posição em contas bancarias com mais de US$ 1 milhão. Mas devida a uma concertação mais equilibrada e distribuída na Austrália. Já em 2010 a Austrália passou o Brasil em números de pessoas milionárias. Mas, devemos ressaltar que em quantidade de dinheiro entre essas pessoas a média do milionário Brasileiro é de US$ 30 Milhões.
Hoje, o Brasil consta com 18 bilionários. Segundo a Forbes. O melhor posicionado é Eike Batista que ficou com a oitava colocação.
Ápos o aumento da popularidade, entre os próprios consumidores, nos últimos anos, as mídias sociais estão de tornando importantes instrumentos estratégicos para as empresas de todos os portes e setores da economia. Os hábitos dos clientes mudaram quando a internet quebrou a barreira geográfica e trouxe velocidade de acesso as informações, facilitando a pesquisa por empresas e seus produtos na rede e, consequentemente, um possível aumento nas transações comerciais online.
Nesse contexto, as ferramentas que promovem o convívio social e o dialogo online entre os usuários tornam esse novo cliente muito mais exigente na hora de adquirir algum produtos.
Nas mídias sociais, a reputação de uma empresa foge do controle de sua liderança. Por meio dos fóruns de discussão, blogs, sites como Orkut, Facebook, Twitter, entre outros canais, a reputação passa a ser definida pela ações das pessoas, dos clientes e de outros influenciadores online. a figura abaixo demonstra um exemplo dessa perda de controle das empresas sobre o processo de geração e disseminação da informação.
Em julho, a companhia aérea Azul criou uma nova maneira de estimular a venda a prazo para viajantes da classe C. Para não estourar o limite do cartão de crédito de boa parte de seus clientes, que varia de 400,00 a 2.000,00 reais por mês, a compania desenvolveu uma modalidade de cobrança em que as parcelas mensais são computadas individualmente.
À medida que ascendem socialmente, os brasileiros também escalam novos patamares de consumo. Agora que o Brasil se transforma em uma economia de massa, os especialistas tentam decifrar como se dará a expansão da cesta de compras, impulsionada pelo aumento da renda e do credito e por fortes tendências comportamentais.
A partir dessa análise temos que os consumidores passam a ter um comportamento que podemos classificar da seguinte forma:
Primeira tendência: Quero ter mais
Os consumidores remediados aos mais abastados, o anseio é melhorar o que já foi conquistado e incorporar o que esta fora do orçamento. Aqueles que já superaram as necessidades básicas expandem seu universo de consumo agregando novos itens. Nas classes mais altas, a tendência é de sofisticação. Segundo a consultoria BCG, 26% dos consumidores aceitam gastar mais para comprar produtos melhores.
Segunda tendência: Quero saber mais
Investimentos em educação e acesso a internet e a TV a cabo são produtos/serviços que se beneficiaram por essa tendência. Entre os emergentes, é uma pragmática: estar mais preparado significa conseguir um emprego melhor no futuro. Isso vale, sobretudo, para os filhos. Por isso, as escolas de inglês e de informática se multiplicam nas periferias. A educação é valorizada em todas as classes sociais. Mas para os mais pobres é o que pavimenta o caminho para uma renda maior e para novos hábitos de consumo.
Terceira tendência: Quero experimentar mais
É o impulso que motiva boa parte dos consumidores emergentes a viajar de avião pela primeira vez, a conhecer um restaurante ou a passar a frequentar cinemas e teatros. Os novos hábitos incluem o consumidor em ambientes que ele não conhecia. Isso também vale para as compras no supermercado. De produtos mais saudáveis e guloseimas, o consumidor que itens que vão além da cesta básica.
Com isso, temos as linhas de tendências comportamentais que podem ser notadas com os novos padrões de compras a partir do crescimento da renda da população.
“Assim sendo, é muito difícil acreditar num futuro promissor, de crescimento, aumento do emprego, modernidade,justiça social e quiçá, de democracia” – Wilson Cano.
Constituída por 31 estados e um Distrito Federal o México é uma república federativa. O PIB apresentou em 2007 a cifra de 1.136 trilhões de dólares a uma taxa de crescimento anual de 4,5%, sendo o seu PIB per capita da ordem de 12.772 dólares. O IDH em 2006 foi considerado elevado pelo padrão da ONU apresentando taxa de 0.842 classificando o país em qüinquagésimo primeiro lugar sendo a expectativa de vida 76,2 anos, a mortalidade infantil em torno de 16,7 para cada mil nascimentos segundo a UNESCO juntamente com a taxa de alfabetização em torno de 93,6% da população.
O México possui forte e diversificada economia ocupando a posição de segunda maior da América Latina de acordo com a CEPAL e décimo segundo lugar no ranking mundial sendo considerado pelo FMI um país desenvolvido, seus principais produtos são na agricultura: cana de açúcar, milho, sorgo, trigo, laranja, tomate, banana, feijão, batata, uva, algodão. Na pecuária e na pesca: bovinos, suínos, caprinos, ovinos, eqüinos, camarão, sardinha, anchova. Na mineração: petróleo, gás natural, carvão, ferro, cobre, zinco, chumbo, manganês, prata, ouro, enxofre e urânio. No setor industrial: máquinas e equipamento de transporte, máquina elétricas, alimentos e bebidas, produtos químicos, tecidos, metalurgia, papel, calçado. Sendo a taxa de desemprego no México segundo dados estatísticos do Governo em 2006 da ordem 3,2% da população e o subemprego estimado em torno de 37% desta. Apesar dos dados elucidados e da boa posição econômica granjeada pelo México estima-se que metade da população viva abaixo da linha de pobreza - 50,2 milhões de pessoas - como conseqüência das políticas econômicas implementadas desde 1976 onde a partir da gestão do presidente López Portillo é verificado o primeiro ensaio neoliberal do país representando, desta maneira, o fim de um processo de políticas desenvolvimentistas e “substitutivasdeimportações” [1]. Analisaremos este processo objetivando entender as bases sob as quais se constituíram o argumento do atual movimento zapatista configurado como EZNL – Exército Zapatista Nacional de Libertação. Entendendo, deste modo, a face até então oculta da realidade mexicana desmascarada pelo movimento em 1º de janeiro de 1994, data correspondente ao ingresso do México no NAFTA – North American Free Trade Area – bloco econômico que integra além dele os EUA e Canadá com o intuito de se constituir, teoricamente, uma área de livre comércio entre estes países. Vejamos, pois as conseqüências destes movimentos.
EnsaioLiberalizante
Como assinalamos acima, a partir da década de 1970 a tecnocracia ortodoxa entra em cena no cenário político do México rompendo com a corrente teórica keynesiana-cepalina - á qual privilegiava a política expansionista elaborada por John M. Keynes e a substitutiva de importações desenvolvida pelo economista Raúl Prebish, diretor da CEPAL (Centro de estudos econômicos para a América Latina), onde se visava o desenvolvimento econômico dos países da América Latina como forma de diminuir a desigualdade dos termos de troca com o Centro e alcançar a autonomia industrial -, desta maneira, as medidas adotadas para conter os desequilíbrios externo das contas públicas que havia sido fortemente estimulado pelo crescimento acelerado do país até 1974 apontam a direção da liberalização econômica. Entre as medidas temos a diminuição de tarifas para a exportação como forma de estimular a atividade petroleira, eliminou-se também impostos específicos sobre as importações o que em contra partida gerava forte pressão cambial valorizando-o, soma-se a isso a especulação do capital estrangeiro e pós 1979 a alta dos juros internacionais. Cabe destacar que durante todo o período de 1970-82 a ação do Estado na tentativa de diversificar a economia cria instituições sendo estas empresas, fundos específicos etc. onde este absorve a partir 1976 boa parte das empresas endividadas do capital privado mexicano aumentando a crise da dívida externa pública que em 1981 apresenta a cifra de 75 bilhões de dólares pressionando mais a alta inflacionária e contaminando o sistema financeiro dolarizando uma parcela deste e instabilizando-o. Desta maneira, evidenciamos por meio do Cano as bases que promoveram a liberalização do sistema onde á partir de 1985, dada a gravidade da crise da dívida, as reformas do Estado vão de encontro à estatização e privatização liquidando boa parte de suas instituições sendo estas cerca de 1.155 em 1982 e ao final de 1988 estas somavam 412 entidades rendendo ao Estado o valor estimado em 500 milhões de dólares via privatizações. A dimensão da crise permitiu também modificações informais nas relações trabalhistas tais como reajustamentos salariais, aumento das terceirizações, dos contratos temporários, debilitamento do poder sindical especialmente quando se refere às maquiladoras[2]. Diante dos dados apresentados concluímos que durante o período que se estende de 1981-88 a economia mexicana se estagna consumindo anualmente valor superior a 6% do PIB como forma de aliviar a pressão exterior sofrida pela dívida. As conseqüências sociais deste período podem ser assim resumidas: a distribuição de renda para os 20% mais pobres da população que em 1984 recebiam 7,9% passa em 1989 para 6,2%, os 20% seguintes passam de 12,3% para 10,1%; os domicílios considerados abaixo da linha pobreza que em 1984 eram em torno 34% em 1989 passam a 39%, durante o mesmo período os domicílios considerados abaixo da linha de indigência sobe de 11% para 14%[3] comprovando uma vez mais a “eficiência” do modelo neoliberal na construção de um modelo social econômico sustentável e igualitário...
Abertura e Crise (1988-98)
Foi durante a administração do ex-ministro Salinas que a abertura e desregulamentação da economia mexicana puderam ser de fato concretizadas via a inserção desta ao NAFTA por meio da TLCAN – Tratado de Livre Comércio da América do Norte – cujo objetivo desta era conter os fluxos migratórios do México para os EUA, suprir a demanda estadunidense por petróleo, consolidar um “espaço de produção, inversãoeconsumo” [4] para enfrentar a concorrência da CEE – atual União Européia – e também do Japão, como também se assegurar de que as patentes e a propriedade intelectual estadunidense fossem respeitadas. O resultado da liberalização foi amplamente sentido quando se instaurou a crise cambial e financeira do México em 1994-95 alimentando ainda mais a crise social e política[5] procedentes da década anterior é neste contexto que emerge da luta social o movimento zapatista. Mas, anterior a isto veremos de forma sucinta as conseqüências da crise sabendo-se que a entrada do México no NAFTA permitiu que 30% das propriedades bancárias possam se tornar propriedade do capital estrangeiro passando a 51% em 1998 e a 100% em 2000, como é o caso da mineração onde 100% destas empresas já podem ser possuídas pelo capital estrangeiro sendo este setor o terceiro mais lucrativo a nível mundial, eliminação da obrigatoriedade do Estado em ceder terras para os camponeses e indígenas permitindo com isso à privatização dos ejidos – são terras utilizadas pelos indígenas por meio da posse coletiva destas garantidas pelo artigo 27 da Constituição Mexicana de 1917 que impede a expropriação ou mesmo alienação das mesmas – e propriedades comunais destruindo desta forma a lei existente desde 1915, a petroquímica básica sofreu 49% de privatização sendo a PMEX – PetroleosMexicanos – dividida em quatro empresas e as novas empresas oriundas destas poderão ser 100% privatizadas, a produção de petróleo não foi privatizada, mas as reservas mexicanas estão sob o controle estadunidense que as exigiram como uma garantia dos empréstimos solicitados ao socorro emergencial de 50 bilhões de dólares para que o rombo cambial fosse contido. Desta forma, analisando os indicadores sociais do período notamos que eles são praticamente os mesmos aos referidos acima no final da seção Ensaioliberalizante o que nos permite concluir que durante a quarta parte de século onde o desenvolvimento neoliberal foi adotado os resultados econômicos deste movimento ficaram estagnados e no tocante à questão social esta piora só demandou uma socializaçãomaior das perdas em benefício do capital privado.
ELZN – Insurgência
“Nós chegamos à selva como uma clássica elite revolucionária em busca desse sujeito, o proletariado, no caso da revolução marxista-leninista. Mas essa proposta inicial entrou em choque com as propostas das comunidades indígenas, que têm outro substrato, uma complexa pré-história de emergências e insubmissões. Nós modificamos nossa proposta interativamente. O EZLN não nasce de propostas urbanas, mas tampouco de propostas vindas exclusivamente das comunidades indígenas. Nasce dessa mescla, desse coquetel molotov, desse choque que produz um novo discurso” - Subcomandante Marcos porta voz do EZLN.
Analisado o contexto econômico da realidade social mexicana é válido afirmar que o EZLN, no primeiro momento, é uma resposta ao próprio processo de ruptura com os objetivos do Estado-Nacional do México, os quais foram substituídos pela especulação financeira em prol do capitalismo de mercado cujo produto final é o bloco econômico NAFTA. Como vimos acima, as conseqüências imputadas pelo NAFTA abrangem a privatização dos ejidos e propriedades comunais permitindo deste modo a espoliação das comunidades indígenas as quais se vêem alienadas dos recursos necessários a existência destas, de acordo com Cano[6] é provável que este tenha sido o “estopim” para que em 1º de Janeiro de 1994 ao sudeste do estado mexicano de Chiapas o movimento insurgisse declaradamente.
O EZNL é composto da mescla do movimento de guerrilha urbana – válido lembrar que guerrilha aqui é definida no sentido da orientação marxista-leninista que visa por meio do conhecimento estratégico do território desorientar e coibir o adversário possuidor de maiores recursos armamentistas, em suma, o Estado – associado às comunidades indígenas, o movimento tem um caráter autônomo que privilegia o processo de democracia direta dentro da administração deste. Entre as peculiaridades abordadas no estudo do EZLN se encontram como especificidades oriundas dele a reorientação da visão marxista-leninista onde a idéia de tomada de poder por meio do aparelho estatal é descartada em função de um novo discurso aonde a sociedade civil como um todo venha a participar de uma nova constituição democrática por meio da consulta popular que dentro do movimento se realiza via ONGs, Internet etc. muito embora a organização do movimento se configure na forma de guerrilha armada a estratégia de difusão deste abrange também o conflito midiático instaurado por meio da utilização dos avanços tecnológicos tais como a Internet, satélites, celular etc. o que pode ser configurado como uma nova abordagem e práxis dentro dos movimentos de esquerda, além é óbvio de um redirecionamento da esquerda na luta contra o modelo neoliberal de sociedade, onde a interpretação do Estado como um aparelho de reprodução do capital e do condicionamento social é amplamente aceito, mas, a sua tomada como forma de reorganização é negligenciada buscando desta forma um novo modelo de organização social, uma reinvenção do conceito de democracia.
Os objetivos do EZLN atendem ao conceito de “Democracia, Justiça e Liberdade”. Como já citamos acima, os ideais do EZLN são divulgados dentro dos mecanismos sociais sabiamente “globalizantes”, fato que delega uma aparência contraditória ao caráter do movimento dado os ideais defendidos por estes. Os efeitos da globalização são sentidamente perversos em todo mundo atingindo inclusive os países centrais cujo são os quais mais se beneficiaram com a abertura de capitais e a “financeirização” global. No entanto, ao avaliarmos com mais clareza se torna evidente que não é a divulgação dos ideais do EZLN que são controversos dentro deste novo universo “globalizado”, mas sim a ordem do sistema globalizante já que o movimento zapatista se apresenta como um dos efeitos colaterais gerados pela globalização comprovando os efeitos negativos que esta vem causando em todo mundo enquanto em seu slogan é pregado a “democratização sem fronteiras’’. Assim, temos dentro deste contexto desigual a ruptura e insurgência do movimento declaradamente anti-imperialista, ou seja, o EZLN protagonizou, entre os dias 27 de julho e 03 de agosto de 1996, o Encontro Internacional pela Humanidade e contra o Neoliberalismo, tornando-se mundialmente conhecido como a Internacional da Esperança. Desta forma, o EZLN imputou a si a responsabilidade em ser a gênese do movimento antiglobalização contra o neoliberalismo em todo o mundo. Na carta de convocação para o encontro o subcomandante Marcos afirmou que é necessário construir uma nova cultura política e dissolver o poder entre aqueles que se aproveitam deste para submeter à vontade social.
Graças ao conflito midiático instaurado pelo movimento e pela responsabilidade assumida pelo grupo como a “Internacional da Esperança” o espaço de diálogo entre ele e os demais movimentos sociais aumentou, em contra partida as relações com o governo mexicano e mesmo com o estadunidense deterioram-se constantemente – válido lembrar, porém, que o EZLN tenta negociar “abertamente” com o Governo Federal expondo os acordos realizados por ambos no site do movimento –, sendo o movimento declarado na mídia como terrorista e etc. pelos respectivos governos.
Entretanto, a resposta do EZLN é clara e respaldada na Constituição de 1917 onde o artigo 39 garante o princípio dado ao povo mexicano afirmando que este detém o poder e a soberania para escolher a melhor forma de governar o país. Na Primeira Declaração da Selva Lacandona o Comitê Revolucionário – EZLN-CCRI: 2000 – apresentou o texto constitucional:“ A soberania nacional reside essencialmente e originalmente no povo. Todo poder público emana do povo e se institui em benefício dele. Em qualquer tempo, o povo tem o inalienável direito de alterar ou modificar a forma de seu governo.” Até mesmo a própria Constituição mexicana de 1917, oriunda da Revolução, assegura ao povo mexicanos o “direito a ter direitos” - Lefort: 1991.
Diante dos fatos evidenciados, concluímos que o movimento intitulado como: Exército Zapatista de Libertação Nacional é um movimento social legítimo respaldado não só na Constituição Mexicana como também na vontade soberana do povo! Assim, o EZLN nos permite ir além e reinterpretar os movimentos de esquerda dando um novo redirecionamento à esquerda mundial e uma nova possibilidade de se pensar um mundo livre do capitalismo. “Tudo que é sólido desmancha-se no ar” [7]menos a vontade inalienável do homem de se emancipar!
Barbieri, Renato. Licenciado em História pela UFRGS, Pós-graduação em História Contemporânea pela FAPA-RS. In “MÉXICO REBELDE: A LUTA DO EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL – EZLN”.
CANO, WILSON. In “SOBERANIA E POLITICA ECONOMICA NA AMÉRICA LATINA”. Cap. 6 (MÉXICO: TAN CERCA DE ESTADOS UNIDOS Y TAN LEJOS DEL PRIMER MUNDO).
HILSENBECK FILHO, Alexander Maximilian; CABRAL, Fátima Aparecida. Pós-graduando em Ciências Sociais – UNESP – FFC – Marília.
Profª. Drª. do Depto de Sociologia e Antropologia – DSA – UNESP – FFC – Marília. In “O EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL: NOVAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PENSAMENTO E OS MOVIMENTOS DE ESQUERDA”.
Nascimento; Priscila da Silva. Estudante na Universidade Estadual Paulista - Marília-SP. In “O NEOLIBERALISMO NO MÉXICO E A EMERGÊNCIA DO MOVIMENTO ZAPATISTA”.
Neto; Wilson Silva Silvestre. Universidade Estadual de Londrina. In “EZLN: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES”.
[1]Cf. CANO, Wilson. Soberania e Política Econômica na América Latina. São Paulo: Editora UNESP, 2000,
[2] Segundo a estudante da Universidade Estadual Paulista - Marília – SP Priscila da Silva Nascimento maquiladoras podem ser definidas como: indústrias onde processo industrial ou de serviço é destinado à transformação, elaboração ou reparação de mercadorias vindas de fora do país, importadas temporariamente para sua exportação posterior.
[3] Os dados apresentados podem ser corroborados via consulta do capítulo 7 da obra de Wilson Cano referida na nota anterior.
[4] Expressão citada por Cano na avaliação do processo pode ser encontrada na pg. 429 da obra já referida, os itálicos também são de responsabilidade do autor.
[5] Para mais informações a respeito do contexto em que se deu a crise política ver Cano na obra já referida.
[6] Citação contida na pág. 435 em obra já referida do autor.
[7] Citação do Grande Karl Marx in “O manifesto comunista”.
Qual o papel dos times de futebol dentro da economia do esporte? Seriam maximizadores de receitas? De títulos? De entretenimento? Ou um pouco de tudo? Nos últimos meses, temos visto clubes modificarem suas plataformas de marketing lançando novos produtos ou encerrando parcerias que podem interferir significamente nos seus lucros e conquistas.
O São Paulo Futebol Clube não conta mais com o apoio da Warner Bros para diversificar seu portfólio de produtos e elevar a sua receita, porém assinou um contrato de um mês com a empresa Hypermarcas, patrocinadora do Corinthians, este que vem demonstrando ser um fenômeno em criar produtos.
O clube do Parque São Jorge lançou o TimãoCap, o título de capitalização do time, no qual o torcedor além de concorrer às “boladas” em dinheiro pode ganhar outros prêmios como viagens com a equipe, presença no treinamento e ingressos na área VIP. Para fazer o TimãoCap, que custa R$ 5,00 para o torcedor, o time paulista contou com a participação de algumas empresas, entre elas, o Banco SulAmérica, que através da SULACAP, administra com o intuito de arrecadar recursos para o Corinthians. Eles esperam obter um lucro bruto de R$ 70 milhões, sendo que 50%, ou seja, R$ 35 milhões ficarão para o Timão.
Isto leva a crer que, na economia de mercado, o clube para se manter não tem apenas o papel de maximizador de títulos, mas tem a obrigação de elevar suas receitas e oferecer entretenimento além partida de futebol para seus torcedores. Mas isso não é tão simples assim!
Primeiro, o time precisa entender que o torcedor não é apenas o apaixonado, mas também um consumidor, o qual representa o maior patrimônio que uma equipe pode ter. E é isso que o Corinthians percebeu a ponto de gerar uma fiel sustentabilidade.
Depois de ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, em 2007, o clube alvinegro passou a investir em marketing para entender quem é o torcedor fiel e apaixonado. Isto forneceu uma capacidade de mobilização promocional diferenciada dos demais clubes ao descobrir que o perfil social de seus seguidores é constituído por: 7% classe A, 26,9% na classe B, 41,3% (a maioria) na classe C e as classes D e E representam 24,7%. Ainda, de acordo com o IBOPE/ LANCE (2010), o Corinthians é o segundo clube mais preferido do consumidor de futebol com 13,4%, perdendo apenas para o Flamengo, o qual tem 17,2% de torcedores.
Conhecer o perfil e a preferência dos torcedores representa elementos relevantes para as empresas que investem e pretendem apoiar os times, podendo alavancar cada vez mais os valores da economia do esporte, no caso a do futebol.
Visto isso, para estreitar o relacionamento com todos os agentes da indústria do esporte, o Timão criou uma fonte de relacionamento distinta das demais agremiações. Esta rede compreende as entidades esportivas, torcida, mídia, internet, bancos, patrocinadores, fornecedores, funcionários, a equipe profissional, outras modalidades esportivas e os agentes dos jogadores, fazendo assim, fortalecer ainda mais a marca do clube, o qual atualmente conta com 11 grandes parceiros, como a FOX e a Hypermarcas.
Portanto, na economia capitalista, o time de futebol tem a função de ganhar títulos, mas, acima de tudo ser maximizador de receitas através de múltiplas fontes de entretenimento para seus torcedores/consumidores fiéis. Parabéns Corinthians!...“Teu presente, uma lição”.